- Quem sente o verdadeiro perigo a cada instante não teme um instante de perigo. (Rabi de Guer). Histórias do Rabi – Martin Buber
Quais aqueles que, em sã consciência, poderão dizer que
estejam plenamente seguros diante do Desconhecido em movimento? A todo o
momento, em face de tudo, mergulhamos no limbo da realidade feitos peixes
vindos de outros mares que sumiram nos céus. Tocamos em frente o trem da nossa
história feitos meros viventes do inesperado, tateando o escuro do porvir, às
vezes dotados do mínimo de certezas, no entanto apenas minúsculas partículas das
horas. Fragmentos, pois, desse futuro, deslizamos os passos nessa estrada, nem
sempre senhores de todos os meios de que carecemos no sentido da paz.
Foram tantas as ocasiões de juntar experiências, no entanto
apenas isso sendo aquilo que daria certo se assim houvéssemos posto em prática.
De faróis que iluminaram o passado, avaliamos meios de melhorar a nós mesmos,
nesse processo de querer desvendar o verdadeiro motivo de estarmos aqui.
Portanto, de aprendizes a senhores demanda o Infinito.
Ninguém, de pleno senso, haverá de manter o curso dos acontecimentos tão só
pelo desejo de ser um sábio, pois a todo segundo vêm novas instruções da escola
dos mistérios desta escalada incessante.
A leveza desse universo de cada um significa, por isso, tempo
da mais pura convicção de fragilidade das ações humanas, longe da prepotência e
dos arroubos de quantos, neste deserto de extremo risco. Quando acalmar as
águas turvas da insegurança, eis o equilíbrio de que necessitamos, a depender
das firmezas interiores. Daí a importância de clarear a consciência e nela estabelecer
a luz do conhecimento através das práticas pessoais. De tudo quanto sabemos que
sejamos disto os senhores.
E dos frutos dessa fidelidade da gente com a gente virão os
meios de que precisamos, no sentido da evolução individual e, consequentemente,
do progresso da Humanidade de que somos parte inevitável.