Quando desaparece a dualidade, encontra-se a unidade. Farid ud-Din Attar
Tal quem voa sobre o abismo das ausências e ganha sobreviver
depois de desaparecer no eterno. Pássaros da solidão humana, vamos nesse embalo
de quantas procuras, netos filhos de si mesmo, passageiros da agonia. No
entanto, há, sim, real objetivo nessa exclusão das horas do quanto existe aqui
no campo da visão, ausência de que nascemos no decorrer dos infinitos de nós
mesmos. Propensos a desvendar o mistério de viver, saímos à cata dos valores
essenciais que antes imperavam na inocência das crianças, e construiremos as
trilhas do renascimento através das linhas desse oceano das almas. Sustentamos
o instinto de saber quem somos de uma vez por todas. Dois que se debatiam nas
ondas feitos escravos no desejo ferrenho da libertação.
Só quando, lá então, mergulharmos em nós próprios, acharemos
a tão sonhada paz no seio da unidade, que bem assim também nos anseia à medida dos nossos sonhos. Nós conosco traçamos, então, o mapa do tesouro e elaboramos das
ruínas o passado que desmanchou aos nossos pés. Senhores de si, abriremos o sol
do coração e refaremos a luz que sempre esteve aqui conosco.