O homem está envolto na sua própria sombra e se admira por estar tudo escuro. Preceito zen
Carecemos de revelar o instante perene de todo momento.
Bom, eis o diagnóstico da procura dos dias. Aonde chegar que
seja de esperança, felicidade, vontade leve de sobreviver às tempestades.
Desvendar os segredos do nós que ora somos, conquanto, de certeza, ninguém veio
aqui só aos pedaços em decomposição. Dispomos, no íntimo do ser, da fagulha que
iluminará o Universo inteiro. Nesse código secreto persistirá o destino de
todos.
Invés de mergulhar nos momentos que passam velozes diante da
janela dos vagões, cabe descobrir por dentro de si, longe dos objetos em queda
livre, o ápice da realização do Ser. A isto viemos, pois.
Instrumentistas da nossa orquestra divina, tocamos as peças
geniais do Tempo, que já possuímos todas as melodias, os ritmos e harmonias. Sobreviventes
deste Si poderoso que transportamos na essência, viajamos às estrelas. Lá fora,
percorrem os espelhos das almas e fazem e desfazem os humores dessas criaturas em
que habitamos temporariamente, enquanto não identificarmos o senso do eterno
através das nossas veias e mistérios.
À nossa frente, firmes interrogações. Escolhas perfilam
dúvidas e cativam as existências, quais de embriagados provisórios. Nem que quiséssemos
desesperadamente fugir, haveremos de achar a porta e sair livres aos Céus.