É domingo. O amigo Dihelson Mendonça cobra-me a republicação de uma crônica que escrevi (e lá se vai um bom tempo) sobre a capela do antigo distrito do Lameiro, hoje transformado num bairro citadino da Mui Nobre e Heráldica “Cidade de Frei Carlos”. As notícias que nos chegam, nesta manhã dominical, pela mídia sem credibilidade, são péssimas. Bastaria citar, en passant, a devastação feita, no mundo inteiro, pelo vírus que veio da China (só na China não ocorreu essa destruição). E o que dizer do agravamento da crise recorrente desta “ré-pública” brasileira, que se arrasta desde 15 de novembro de 1889?
Procuremos, para fugir das coisas ruins, os fatos amenos, vindos de Deus, pois a nossa esperança e alegria está no “Senhor que fez o Céu e a Terra”. (Salmo 123).
Devo os dados da capela do Lameiro ao Prof. José Nilton de Figueiredo, benfeitor daquela igrejinha, que até uma canção compôs para aquele abençoado templo. Isto posto, vamos ao substrato da história da Capela de São José Operário. O prof. José Nilton as copilou a partir de dados de um livro inédito deixado pela professora Dandinha Vilar.
Abro um parêntesis para lembrar que São José era um Príncipe Real da Casa do Rei Davi, a mais importante dinastia que o mundo já conheceu. Mas, nestes tempos medíocres e tristes que vivemos, onde impera o “igualitarismo revolucionário”, dominante numa minoria da elite privilegiada (mídia e academia) lembrar a realeza de São José é fazer reacender o velho e carcomido ódio marxista a tudo que é nobre, belo, hierárquico e sagrado...Valha-nos Deus!
A capela do Lameiro foi iniciada em 1956 pelos padres Miguel e Geraldo, da Ordem Salvatoriana, vindos de Garanhuns, Pernambuco. A construção foi feita sob orientação de Dom Francisco de Assis Pires, segundo Bispo de Crato. Já naquele ano, a Igreja Católica devocionava universalmente a invocação a São José Operário (o que é valido, pois São José foi também carpinteiro) cuja festa é celebrada em 1º de maio, Dia do Trabalho. Daí a escolha de São José como orago da nova capelinha do então distrito (hoje bairro), àquela época desprovido de um templo católico.
O terreno para a edificação da capela foi doado pelo Sr. José de Alcântara Vilar, respeitável cratense e proprietário de vasta área rural no sopé da Chapada do Araripe. Exerceu aquele cidadão, por várias legislaturas, o cargo de vereador à Câmara Municipal do Crato. Naquele tempo,diferente de hoje, os vereadores eram pessoas devotadas ao bem público. Seus mandatos não se prestavam à nefasta política do "toma-lá-dá-cá". José de Alcântara Vilar chegou à Presidência da Casa, proporcionando-lhe ocupar, interinamente o cargo de Prefeito Municipal de Crato.
Monsenhor Rubens Gondim Lóssio, que tanto bem fez ao Crato, era o Vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Penha, a cujo território pertencia o Lameiro. Foi ele o primeiro sacerdote a dar assistência espiritual à nova capela. Em 1967 a Paróquia de Nossa Senhora da Penha sofreu grande desmembramento e o território do Lameiro passou a pertencer a recém-criada Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, do bairro Pimenta.
Muitos ajudaram e muitos ainda ajudam na manutenção da capela do Lameiro. Uma curiosidade: somente no dia 1º de maio de 2003, decorridos 47 anos da construção do templo, a escritura do terreno onde ela está erigida, devidamente lavrada em cartório, foi entregue oficialmente ao então pároco, Mons. Manoel Alves Feitosa, pelo então proprietário do terreno, o ex-deputado Dr. Ossian de Alencar Araripe e sua esposa dona Maria do Céu Vilar de Alencar Araripe.
Aqui, em rápidas pinceladas, o esboço histórico da capela do bairro Lameiro, meu caro Dihelson.