Existe no conjunto habitacional Mutirão (localizado logo após o bairro Alto da Penha) em Crato, uma pequena rua denominada Imperador Dom Pedro I.
Essa justa denominação deveu-se a um projeto do então vereador Emerson
Monteiro, aprovado em 1992, e atendeu aos pedidos de monarquistas
cratenses feitos aquele edil, o qual – diga-se de passagem –, teve uma
honrada e fecunda atuação na Câmara Municipal de Crato.
Dom Pedro I, na opinião de João de Scantiburgo, foi “O maior clarão do
Novo Mundo”! Já o historiador Pedro Calmon escreveu que o primeiro
imperador brasileiro foi “O maior príncipe do mundo no século XIX”. São
opiniões modestas sobre Dom Pedro I! Este, (que aos 24 anos de idade
garantiu lugar na história como o homem que fez a Independência do
Brasil), por sete vezes recusou outras coroas que lhe foram oferecidas
por três países: Grécia (1822 e 1830); Portugal (1826 e 1834) e Espanha
(1826, 1829 e 1830). Nessas ocasiões optou por continuar no que ele
chamava “Meu amado Brasil”...
Na vida privada Dom Pedro I
foi militar autodidata, poeta, músico, jornalista, geopolítico,
abolicionista, liberal, legislador, marceneiro, domador de cavalos, um
espírito versátil e intuitivo, leal aos amigos, franco e sincero para
com todos. Hoje só fala nas suas conquistas amorosas, como se isso fosse
um desdouro para um homem viril, do porte de Dom Pedro de Alcântara.
Deve-se a Dom Pedro I, dentre tantas e tantas coisas que ainda hoje
marcam o Brasil, o Hino da Independência (de sua autoria) a Bandeira do
Brasil Império (a qual, com algumas medíocres adaptações, é a mesma da
atual República), as cores nacionais: o verde (da Casa de Bragança) e o
amarelo (da casa de Habsburgo da Imperatriz Leopoldina); a Constituição
de 1824 (a que mais durou – 67 anos – dentre as sete que já tivemos) e o
início das nossas poderosas Forças Armadas. Graças a tudo isso o Brasil
não se fragmentou em dezenas de republiquetas insignificantes como
ocorreu na América Espanhola.
Sobre a Constituição
Imperial de 1824 os mais desavisados dizem que ela foi “outorgada”.
Desconhecem que a mesma foi submetida à aprovação de todas as Câmaras
Municipais do Brasil, incluindo a de Crato, cidade que – graças ao
vereador Emerson Monteiro – denominou uma rua, no arrabalde do Mutirão
(antigo Cafundó), de Imperador Dom Pedro I...
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael