Estamos vivendo momentos de incertezas na esfera da política e da democracia do nosso país. A todo instante vimos e ouvimos notícias estarrecedoras de desmandos feitos por aqueles que foram eleitos para nos representar nos diversos poderes do nosso país. Infelizmente, uma grande maioria dos nossos políticos não se candidatam para atender aos interesses da coletividade, mas em benefício próprio.E o mais agravante é que nestes últimos anos, vimos uma mídia a serviço de uma pequena burguesia que se vestia de verde e amarelo para protestar. E agora que os desmandos aparecem cada vez mais explícito, indecentes, onde um judiciário perde sua autoridade a favor de uma grande parte de deputados e senadores corruptos; a mídia e os que vestiam-se de "verde e amarelo" desaparecem das ruas, ficam emudecidos. Por que será ? que estamos tão ordeiros e obedientes a um grupo de "usurpadores do poder" que só enriquecem ilicitamente os grandes empresários, com recursos que deveriam se destinar ao uso coletivo da população ? Por que será que deputados e senadores tratam seus "votos" de apoio a esta ou outra bancada como se fosse moeda de troca ?
O momento é de muita indignação, de falta de esperança, de não crédito a uma democracia de representatividade, mas que na verdade não nos representa. Posto abaixo uma bela fábula, para que façamos uma grande reflexão deste momento em que estamos vivendo.Boa leitura.
Obediência de camelo(Sabedoria nas decisões)
Era uma vez, num reino muito longe como todos os reinos de histórias ilustrativas, um abastado comerciante árabe, que viajava por cidades e desertos acompanhado dos seus escravos, numa caravana que, além de cavalos e outros animais, era também composta de vinte camelos.
Certa noite, quando chegou a hora de amarrar todos os camelos à uma estaca, para que não fugissem durante a noite, os escravos perceberam que faltava um dos animais: só haviam 19. Após o encontrá-lo, após tentarem sem sucesso levá-lo para onde se encontravam os outros camelos, foram perguntar ao patrão como deveriam proceder.
“Ao chegarem ao vigésimo camelo, após amarrar os outros, simulai” – instruiu ele aos escravos – “que estais cravando uma estaca no solo, e depois simule amarrá-lo à esta estaca imaginária”.
E explicou-lhes: “Como o camelo é um animal estúpido, acreditará que está sendo amarrado”.
Efetivamente, assim o fizeram e foram todos dormir. Na manhã seguinte, todos os camelos estavam em seus postos, inclusive o vigésimo, parado junto à estaca imaginária. Quietinho, bem comportado.
Desatados para prosseguirem a viagem, todos os camelos se moveram, menos o último, que continuava parado, como se estivesse ainda amarrado. Ordenou, então, o comerciante: “Simulai que estais tirando a corda da estaca imaginária, pois o imbecil ainda se julga amarrado”.
Assim fizeram os escravos e o camelo, obedientemente, se levantou e prosseguiu a viagem com os companheiros.
Refletindo acerca da história acima, poderíamos propor vários questionamentos; sobre nossa passividade diante de certos acontecimentos, que nos aborrecem mas que, ao mesmo tempo, nos provocam uma alienação total, nos transformando – apesar de nossa indignação – em meros espectadores aborrecidos e contrariados. Ou mesmo meditar sobre as estacas imaginárias que nos amarram. Quais são elas? Vale a pena continuarmos amarrados, ou melhor seria fugirmos durante a noite, enquanto os outros dormem?
Que Deus nos dê a sabedoria desta decisão e, se for o caso, a conseqüente coragem para a aventura.
Autor desconhecido
Figura ilustrativa