Universidade Regional do Cariri (URCA) realiza o II Seminário Dialogando com a Diversidade: Cultura, Inclusão e Gênero, aberto na manhã de ontem no Salão de Atos. Com temáticas pautadas em discussões atuais, como as questões voltadas para os tabus e preconceitos vivenciados, junto à sociedade, o evento foi aberto pelo Reitor em Exercício da URCA, Professor Francisco do Ó de Lima Júnior.
O evento é realizado pela Universidade, por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Proae). A abertura contou com apresentação dos alunos do Instituto Cariús, de Santana do Cariri, que executou diversas canções do repertório do grupo. O Reitor em Exercício destacou a importância de poder estar abrindo um evento com assuntos instigantes, que estão inseridos no debate atual dentro da universidade e no mundo. Para ele, essa é uma temática necessária e urgente, incluindo toda a diversidade, gênero e etnias, diante do desrespeito e negligências aos valores do ser humano no contexto social. “Temos como ampliar e qualificar o debate e promover a igualdade. O papel da Universidade é tratar de temas como esse, de forma diversa diante de valores universais de liberdade”, pontua. Ele ainda classifica a ação da Proae como inovadora, na realização desse evento.
Conforme o Reitor em Exercício, o produto das discussões deve servir de instrumento de respaldo para fundamentar ações e políticas públicas nas câmaras municipais, assembleias e até mesmo na Câmara Federal. A Pró-reitora Adjunta da Proae, Luciana Macedo, destaca a atuação da equipe de monitores para a realização do evento, em sua segunda edição, trazendo na pauta assuntos relacionados a temáticas necessárias, no intuito de quebrar paradigmas impostos pela sociedade.

O primeiro tema de discussão do Seminário Dialogando com a Diversidade foi sobre a inclusão de Ciganos. O próximo, segundo a pró-reitora, provavelmente será sobre religiosidade. Em seguida, foi realizada palestra com o psicólogo Erick Holanda e Júnior Linhares. Eles destacaram questões relacionadas à diversidade, o campo da ética na atuação do psicólogo, e as últimas polêmicas voltadas à ‘cura gay’. O seu trabalho está voltado para a clínica de acolhimento. Ele ainda ressaltou a questão da sexualidade diante de polêmicas, associada à busca de liberdade, com o status quo dentro de uma sociedade.
O psicólogo lembrou da recente polêmica relacionada à performance artística apresentada no Museu de Arte de São Paulo, em que ator encena, sem vestes, tendo o seu trabalho associado à pedofilia, homossexualidade, dentro de um contexto de erotismo. “O que não tinha nada a ver”, completa Erick Holanda.
Durante o dia de ontem, foram debatidas temáticas como “Andanças do Meu Brasil”, A Trajetória de Lutas e Conquistas da População LGBT: Perspectiva da Psicologia; A Atuação do Conselho Municipal dos Direitos LGBT de Juazeiro do Norte, frente à luta pela Igualdade de oportunidades. No mesmo dia, à tarde, foram debatidas as temáticas sobre Bissexualidade: uma questão de visibilidade e A Promoção dos direitos na região do Cariri.
Nessa sexta-feira, o encerramento do evento terá debates relacionados aos temas Movimentos LGBT e Feminista: Questão da Teoria Queer e inclusão dos seus aspectos na sociedade; A Proposta de adoção do nome social nas identidades estudantis da URCA; Conceituando o Gênero Travesti: Dificuldades, auto aceitação, e empoderamento, além do Documento Bichas.
A questão do preconceito volta a ser debatida na parte da tarde, com o tema: Um Mundo com mais cores e menos rótulos e Dialogando sobre os diversos gêneros, família e violência contra a comunidade LGBT.