Entrada da cidade, abaixo o brasão de armas do município
08 de setembro do corrente mês. Passei o dia em Petrópolis, localizada a 72 km da cidade do Rio de Janeiro. Petrópolis foi a primeira cidade planejada do Brasil. Como foi seu início? O Imperador Dom Pedro I pernoitou, em março de 1822, na
fazenda Córrego Seco (onde se ergue atualmente Petrópolis). Lá desfrutou a amenidade do clima; Ficou deslumbrado com as belezas naturais daquela região serrana de Mata Atlântica. Nosso primeiro imperador resolveu comprar, ao seu proprietário, o Pe. Correia,
a fazenda Córrego Seco.
Coube, no entanto, ao imperador, Dom Pedro II – que herdou a fazenda após a morte do pai –, assinar, no dia 16 de março de 1843, o Decreto Imperial nº 155, doando lotes de terra da então denominada Fazenda Imperial a colonos livres, vindos da Europa. Dom Pedro II contratou o engenheiro alemão Júlio Frederico Köeler para fazer o traçado da nova cidade.
Petrópolis possui um clima ameno de janeiro a dezembro. É considerada uma das cidades brasileiras com melhor índice de segurança. Uma tranquilidade que combina com a exuberância natural e a riqueza arquitetônica. Ali foram preservadas as construções do tempo Imperial. A cidade oferece boas atrações turísticas, movimentado comércio, e conserva estilo de vida pacato. Seu povo é educado e acolhedor.
Museu Imperial
Visitar Petrópolis e não conhecer o Museu Imperial (a residência de veraneio da família imperial) é como ir a Roma e não visitar o Vaticano. É o museu público mais visitado no Brasil. Em 2015, visitaram o museu 429.124 brasileiros. De lá para cá a afluência só aumentou. Outras atrações turísticas da Cidade Imperial: Catedral de São Pedro de Alcântara (Padroeiro de Petrópolis e do Brasil), em estilo neogótico. Ali se encontra o mausoléu onde estão sepultados Dom Pedro II, Imperatriz Teresa Cristina, Princesa Isabel e Conde d’Eu.
Interior da Catedral de São Pedro de Alcântara
Mausoléu dos Imperadores Pedro II, Teresa Cristina e da Princesa Isabel e Conde d'Eu
Outras atrações de Petrópolis: Parque Nacional Serra dos Órgãos, Palácio de Cristal, Casa de Santos Dumont, Palácio Quitandinha, Casa da Princesa Isabel, Museu de Cera, Cervejaria Bohemia, e dezenas de outros lugares pitorescos.
Hoje, Petrópolis é o exemplo mais visível do que seríamos, se o golpe militar de 15 de novembro de 1889 não tivesse banido a monarquia, exilado a família imperial, e, o pior, impor – sem consultar o povo –, a forma republicana de governo na nossa Pátria. Deu no que deu.
Petrópolis, nos dias atuais, combina o passado com o presente, através das construções e do charme dos tempos imperiais, sendo dotada de toda a infraestrutura exigida pelos modernos padrões vigentes nos países de Primeiro Mundo.
Na Cidade Imperial, podemos vivenciar o que escreveu o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial Brasileira, ao traçar um paralelo entre o Brasil-República de hoje e o Brasil-Monarquia do passado: “Cem anos já se passaram e os contrastes entre o Brasil atual e o Brasil-Império só têm crescido. No tempo do Império havia estabilidade política, administrativa e econômica; havia honestidade e seriedade em todos os órgãos da administração pública e em todas as camadas da população; havia credibilidade do País no exterior; havia dignidade, havia segurança; havia fartura, havia harmonia”.