O Monarca e sua Família são independentes, imparciais e apartidários, condições que garantem o hígido cumprimento do Poder Moderador; no entanto, sob nenhuma hipótese podem se isentar das causas justas e caras ao povo que representam e pelo qual são responsáveis, atuando como fomentadores e representantes do caminho certo a ser seguido. Assim, graças a Deus, foi no Brasil.
Em 13 de Maio de 1888, a Princesa Imperial Dona Isabel, na qualidade de Regente do Império, coroou a causa pela qual sua Família advogou desde o princípio: a abolição do espúrio instituto da escravidão.
Uma das tantas provas? A primeira página do "Livro de Ouro da Câmara Municipal de Petrópolis", de 1884 (cuja reprodução se encontra na arte que acompanha esta publicação). Nele consta o registro de doações feitas espontaneamente para emancipação dos escravos da região.
A Princesa Imperial assina, juntamente ao seu esposo, "SS.AA. Conde e Condessa d'Eu", assinatura que somente tomaria após o exílio. Já o Imperador Dom Pedro II, resguardando ainda mais sua imagem de possíveis ataques, em primeiro lugar assina: "Um Brasileiro".
Essas assinaturas, na realidade, não escondem aqueles que doaram as maiores quantias, somadas em 1 Conto de Réis, mas reforçam a justiça promovida pelo Imperador, sua filha-herdeira e seu genro.
A Família Imperial do Brasil nunca se eximirá de lutar pelas causas justas e morais que consideram as corretas para os rumos de nosso povo e grande Nação, dos quais é a primeira servidora.
No júbilo apoteótico da assinatura da Lei Áurea, o Barão de Cotegipe saudou a Princesa Imperial Regente, antecipando o que viria a acontecer dentro de pouco mais de um ano, como retaliação pelo ato:
"Vossa Alteza redimiu uma raça, mas perdeu o trono."
A Princesa, respondendo ao Barão, prontamente disse, formulando, no fundo o dever de um Monarca frente às causas que deve advogar para o benefício de seu povo:
"Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil!"
(Postado originalmente no Blog Pro Monarquia)