Esse Inconsciente consciente mora conosco, vive as 24 horas conosco, no entanto nós não dominamos suas histórias. Elas nascem, crescem, nos levam aos lugares, contudo dominam e não as dominamos. A frustração do sensacionalismo vem disso, da ausência de concretização desse domínio sonhado que pertence a outro, ao desenrolar dos acontecimentos. Nossa parcela é mínima de participação. Quais folhas ao vento, vencemos as etapas do desconhecimento e contamos peças que sobram de cada momento, as imagens do sonho da existência. Cavaleiros andantes, aventureiros da sorte, andarilhos da solidão, aqui tangemos o rebanho das horas. Heróis da busca incessante de realização pessoal, vivemos, habitamos o todo invisível.
Porém um mundo envolve o mundo visível, e vem dele o quanto acontece em volta. Tantas vezes olhamos a paisagem, e sabemos ser apenas a aparência do que na verdade se desenvolve no íntimo do mistério. Somos, pois, atores de peças de que nem conhecemos o enredo, o texto, o diretor, e encenamos num teatro que enche e esvazia à medida do tempo. Vem e vão as gerações, e com elas os momentos.
Quais testemunhas da realidade abstrata das abstrações, sem dela conhecer ou dominar, participamos ativos das somas finais de Tudo, parceiros da construção das maravilhas do Infinito.