Nas batalhas entre exércitos, no campo de manobras resta
margem de respiração, no meio dos dois territórios. Aquela faixa recebe o nome
de Terra de Ninguém. Zona intermediária por demais importante, exige de ambos
os lados condições mínimas de respeito, a título da segurança das tropas.
Assim, nos humanos. De um aspecto, o mundo ilusório. Do
outro, a transcendência do Ser. Qual fruto em fase de amadurecimento, a
existência permanece o tempo inevitável de, um dia, cruzar fronteiras e unir a
divisão dos dois eus na fase de elaborar o sonho da Salvação.
Presos ao chão daqui, estamos nessa época de vencer a terras
de ninguém e desvendar os bosques da libertação na individualidade. Disso, a
busca da Luz da espiritualidade. Largar os apegos da matéria e conduzir o barco
aos oceanos do Infinito, razões principais da Consciência. Permitir ao barco do
Ser navegar as águas da Perfeição.
Nessa epopeia da realização, o trilho há de iluminar a alma
da gente. Primeiro, saber disso. Desvendar o primor da possibilidade. Admitir o
senso da procura e caminhar rumo de sua concretização. Trabalhar em si os meios
de querer e dar os primeiros passos. Exercitar o conhecimento através dos
meandros por vezes escuros daquela zona de luta de nós conosco próprios.
Transcender, eis o nome que resume as ações de vencer
montanhas e precipícios da zona desmilitarizada dentro do campo de batalha que
somos nós. Converter a permanência em impermanência e deixar margem a transpor
o espaço das contradições, até revelar ao ser interior o mistério da superação.
Isto bem significa o transcorrer da busca imortal.
Ausentes disso, dessa condição determinada nas leis eternas,
fora daquele território neutro, antes só impera a inexistência, as cavernas da
ilusão. Requer, por isso, a coragem de vencer fronteiras nos céus e chegar aos
braços eternos do Amor, fonte da Vida.
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