Época assim, de saudades fortes, ausências de não ter tamanho dos entes queridos que o passado carregara. Horas que sumiram nas dobras dos caminhos, de lembranças intensas. Circulam nos ares esses fiapos de presenças que regressam, rodopiam e desaparecem, deixando no peito apertos de distâncias e nunca mais. Entre esses cascalhos de abandono das idades alguns insistem permanecer grudados no manto das sombras, quais fantasmas de histórias antigas. Sopram aos ouvidos o hálito perfumado de amores longe.
Mesmo jeito que chegam, as flores deixam seu perfume entranhado na gente e chafurdam as águas desse todo universal que somos nós, insistências de viver. Trabalham a matéria prima do desejo de continuar vagando nessas ruas solitárias, cheias de cenas e visagens que regressam aos bastidores do teatro à busca de novas ocasiões de machucar a sensibilidade que ainda não dorme outros 365 de todo ano. Espécie de abismo intransponível abrirá, pois, o chão e depositará os desejos de solidariedade que mexem no coração das pessoas. De vez em quando, no entanto, ferverá em si a vontade poderosa de seguir o Mestre Divino e conhecer da esperança que renova esse espírito natalino das criaturas humanas.
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