Eles, no repetir da criação, noticiam que seremos para sempre, no mar desta Vida, arautos de realidades imortais. Testemunhos das tantas fábulas colhidas no pomar de aldeias longínquas, depois deles eu serei; nós seremos. Contam disso narrativas infinitas, a todo momento, trabalho persistente dos heróis e das esquadras invencíveis que tocam fibras mágicas e conquistam mundos lendários, na pureza dos Céus.
Aos fins das tardes, pois, espalhados nos corredores do Destino, ouço constantes os sinos que dobram e reorientam as aves no regresso dos ninhos. Espécie de roteiro arcaico, com elas também voltam sinais de esperança e fé que dizem ser do Amor o lenitivo. Explicam aos Espíritos o sentido único de tudo que nos mantém a nós humanos, em longa epopeia através das sombras imensas, viajores que escrevem o pergaminho dos astros.
Foram muitas vezes as de escutar a nostalgia desses altares sinfônicos que fervilham o íntimo das existências. Vagos, vadios, suaves; trazem por si guardados códigos secretos e motivos justos de andar nestes firmamentos. Claridades das nossas jornadas rumo à Impermanência, circunstâncias de todos os seres, e jamais esqueçamos a força dos deuses trazida na pele dos fiéis às leis da Natureza. Recorrem, multiplicam, alimentam, os sinos de minha aldeia.
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