Diplomacia cubana envia mensagem a órgãos internacionais com críticas ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff
Foto recente do ditador Fidel Castro
Sem
se intimidar pela reação do chanceler José Serra de criticar
abertamente as declarações dos governos bolivarianos em relação aos
acontecimentos políticos no Brasil, a diplomacia de Cuba faz campanha
nos órgãos internacionais contra o governo de Michel Temer. O Estado
obteve com exclusividade um e-mail enviado pela missão de Cuba perante
às Nações Unidas para mais de uma dezena de organismos internacionais,
alertando para o Serra em reunião no Itamaraty; governo quer
desconstruir versão de ‘golpe de Estado’
Na
mensagem datada de 15 de maio, o governo cubano descreve o conteúdo da
declaração como sendo “sobre o golpe do estado parlamentário e judicial
no Brasil”. Em anexo, os diplomatas que abriam o documento podiam ler a
declaração assinada em Havana no dia 12 de maio e já publicada que
acusava Temer de ter “usurpado o poder”, apoiado pela “grande imprensa
reacionária e o imperialismo”. “Dilma, Lula, o PT e o povo do Brasil
contam e contarão sempre com toda a solidariedade de Cuba”, indicou a
nota, que ainda denuncia as “manobras” da “oligarquia” e a
“contraofensiva reacionária”.
O
e-mail com a declaração foi direcionado para altos dirigentes da
Organização Internacional do Trabalho, Organização Mundial do Comércio,
para o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, para a secretaria da ONU,
Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Organização Mundial da Saúde,
União Internacional de Telecomunicações, UNAids, para o Programa da ONU
para o Desenvolvimento e para o Programa da ONU para o Meio Ambiente,
além de várias outras. Também receberam a nota a Secretaria da Convenção
sobre Mudanças Climáticas, a Organização da Conferência Islâmica,
membros do alto escalão do governo suíço e dezenas de outros diplomatas.
O
Itamaraty enviou na sexta-feira a todos os Ministérios de Relações
Exteriores de países com os quais mantém relações uma nota para informar
que Dilma foi afastada em um processo que segue a lei e a Constituição.
A preocupação do governo Temer é desconstruir a versão de que houve um
“golpe de Estado” no Brasil, divulgada por Dilma, por seus aliados e
pelos petistas. O Estado apurou que o próprio secretário-geral da ONU,
Ban Ki Moon, tratou do assunto quando esteve, na quinta-feira, em uma
visita oficial a Portugal. Por meio de seu porta-voz, ele indicou que
“confiava” que os processos democráticos no Brasil seriam respeitados.
No
Parlamento Europeu, o deputado Francisco Assis indicou ao Estado que a
mudança de governo no Brasil não foi alvo de um questionamento “nem
mesmo pela extrema-esquerda”. “Todos sabem que o Brasil não é a
Venezuela.”
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