Homens, irmãos, todos os que estais crucificados pela dor: Ouvis o canto
consolador da cotovia, da nossa Fé?... Mons. Thamer Tóth

Nessas horas o pensamento abre territórios desconhecidos nas
entranhas da memória e conduz ao aberto da possibilidade, vasto império da
imaginação. A que se destinam os pássaros e seus voos e cantos ao sabor do vento
que desliza no trilho do Tempo. Pedem abertura na mente a permitir outras
possibilidades vivas além da repetição pura e simples dos momentos sucessivos.
Chamam a fugir da prisão deste mundo tridimensional e
exclusivo, janela de nadas grosseiros da visão imediatista... Indicam meios de
ponderações invisíveis do ente abstrato, céus, luas, sóis, dimensões, do direito
a reino de virtude porvindoura, hemisférios ideais da leveza e do sentimento...
Eles, os pássaros, as folhas secas do verão que flutuam no azul quais fiapos
irreverentes de pardais, andorinhas brincalhonas e festivas, vãos na água do
Universo quais marcas indeléveis de felicidade até então desconhecida, aberturas
a novas condições do Ser...
Tal a lenda polonesa que fala de quando o homem perdera o
Paraíso e lutava contra as intempéries da servidão, olhos postos na aridez do
chão de outra existência, que conta que de Deus, sentindo misericórdia, pegou
um punhado de terra e o jogou no ar; daí nasceu a cotovia. Naquele instante,
trabalhador melancólico, o ergueria pela primeira vez sua visão, escutou o
canto da pequena ave e sentiu o instinto da fé no amor da pureza original de
que tão pouco usufruíra. E pode, com isso, alimentar a esperança dos dias
melhores que hão de vir no seio doce da Eternidade.
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