Confirmado 1
O Papa Francisco enviará o cardeal João Braz Aviz (foto ao lado), atual Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, do Vaticano, para representá-lo na coroação da imagem histórica de Nossa Senhora da Penha – Rainha e Padroeira do Crato – em solenidade que acontecerá, no adro da Catedral, no próximo dia 1º de setembro.
Confirmado 2
Todos os bispos das nove dioceses do Ceará (titulares e eméritos) com exceção do bispo de Crateús (que estará em Roma participando de um curso) confirmaram presença em Crato no dia 1º de setembro próximo, para participarem da solenidade de coroação da imagem histórica de Nossa Senhora da Penha.
250 anos do Crato
Sábado próximo – 21 de junho de 2014 – Crato chega oficialmente aos 250 anos. Um quarto de milênio de existência oficial! Uma data que toda cidade que se preza aproveita para fazer uma grande festa. Há 50 anos, em 1964, quando das comemorações dos 200 anos, as autoridades cratenses, daquela época, trouxeram para encerrar as festividades do bicentenário de Crato o então Presidente da República, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Este aqui chegou acompanhado de ministros, senadores e deputados. A cidade parou para comemorar o 21 de junho daquele ano.
Já este ano...
Uma programação pífia deverá ser cumprida pelas atuais autoridades municipais para comemorar uma data tão importante, como a deste 21 de junho . Tipo assim: salva de tiros, reunião de grupos folclóricos, hasteamento de bandeiras na Praça da Sé, etc. Para salvar a comemoração vale registrar a iniciativa de organizações populares de Crato, que viabilizaram a celebração de uma missa, no antigo local do Campo de Concentração do Buriti, localizado no atual campo de futebol do bairro do Muriti, mais precisamente em frente à antiga fábrica Sulcepa. A missa será presidida pelo bispo diocesano de Crato, Dom Fernando Panico. Depois o povo segue a pé – fazendo a 1ª Romaria de Nossa Senhora de Fátima – até o local onde foi construído o monumento à Virgem Maria – distante 2 km do antigo campo de concentração, onde, em 1932, ficaram confinadas cerca de 16 mil flagelados da seca. Sábado, o governador Cid Gomes virá inaugurar a gigantesca imagem de Nossa Senhora de Fátima que receberá a bênção do bispo diocesano.Essas duas solenidades salvaram a ausência de uma programação à altura pelos 250 anos de criação da Vila Real do Crato!
Um pouco de história
O nosso historiador maior, Irineu Pinheiro, assim registrou no seu livro “Efemérides do Cariri” o início da então Vila Real do Crato: “1764, 21 de Junho – Inauguração da vila do Crato pelo Dr. Vitorino Soares Barbosa, ouvidor-geral e corregedor da Comarca, por ordem do governador e capitão-general de Pernambuco, Luís Diogo Lobo da Silva. Em 1768, Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca, capitão-mor do Ceará, acusou Vitorino Soares Barbosa de irregularidades e roubos. “Mas livre das acusações que lhe eram feitas, o ouvidor-geral e corregedor de Crato retirou-se para Lisboa em 18 de março de 1771” (cfe. O historiador Barão de Studart)”.
Triste sina
Pois é, a primeira autoridade da nova Vila do Real do Crato foi acusada de corrupção. Defendeu-se e desgostoso tomou o rumo da capital de Portugal e por lá ficou. Ou seja, denúncias de corrupção governamental nesta cidade de Crato vêm desde o nascedouro da vila.
Por que essa missa no antigo “Campo de Concentração”?
É o que o povo de Crato mais perguntou esta semana. Pouca gente soube responder. Segundo os registros da história, durante a grande seca de 1932, que assolou, mais uma vez, o sofrido Nordeste brasileiro, um terreno na vila do Buriti – a 3 km de Crato –, (depois mudaram o nome para o Muriti) e onde hoje é um dos bairros desta cidade, foi escolhido como local para funcionamento de um “campo de concentração”. Esse campo fazia parte da política do governo do Ceará – daquela época –, e tinha a finalidade de manter os flagelados, vítimas de uma das maiores secas do século passado, longe da capital do Estado.
(Na foto ao lado registro do jornal "O Povo" de Fortaleza, na edição de 20 de junho de 1932).
A realidade nua e crua
Naquele “Campo do Buriti”, em Crato, segundo o governo do Estado (daquele já recuado tempo) e enquanto durasse a seca de 1932, os flagelados teriam trabalho, comida e atendimento médico, pois haviam perdido tudo por conta da longa estiagem. A realidade foi outra: as vítimas da seca lá encontraram fome, sede, doenças e morte. Os flagelados do Campo do Buriti se constituiam numa população maior do que a existente na cidade de Crato. Ao serem admitidos no “campo de concentração” eles tinham a cabeça raspada, usavam roupas feitas com sacos de farinha e trabalhavam praticamente em troca da comida para sobreviver. Os homens passavam o dia “batendo tijolos”. As mulheres tomavam conta das tarefas domésticas, cozinhando a farinha de péssima qualidade que era à base da alimentação das famílias “concentradas”. Os jovens e crianças viviam ociosos, perambulando em meio ao estreito espaço que separavam as palhoças e tugúrios feitos de taipa, cobertos de palha com o chão batido.
A Igreja Católica não se omitiu
Devemos lembrar com justiça o segundo bispo de Crato, Dom Francisco de Assis Pires (foto ao lado). Ele, condoído com a lastimável situação dessas vítimas da seca, segregadas naquele campo do Buriti, designou um sacerdote da Diocese, o padre Antônio Gomes de Araújo, para prestar assistência espiritual às famílias dos flagelados. O próprio Dom Francisco visitava, vez por outra, quando seu tempo permitia, o Campo de Concentração do Buriti e de lá sempre saía amargurado com o triste quadro que presenciava.
As voltas que o mundo dá
O sofrimento das vítimas da seca foi a causa de uma revolta dos flagelados contra as autoridades que administravam o “Campo do Buriti”. A revolta aconteceu em 13 de maio de 1932, dia de Nossa Senhora de Fátima. A polícia debelou a revolta. Hoje, no local onde funcionou o “Campo do Buriti”, mais precisamente no atual campo de futebol, jazem as ossadas humanas, enterradas em vala comum, das vítimas das doenças e da fome. Ninguém falava mais nesse assunto. Até que 82 anos depois, em 2014, foi construída, a 2 km daquele cemitério improvisado, uma enorme estátua de Nossa Senhora de Fátima. A população dos dias atuais mudou até mudou o nome do Barro Branco para bairro Nossa Senhora de Fátima. E os movimentos populares de Crato programaram uma missa que será celebrada próxima à vala comum onde foram enterradas as vítimas d seca de 1932.
Boa coleta
Todos os anos, no Domingo de Ramos, as dioceses católicas brasileiras promovem, durante as missas, uma Coleta Nacional da Solidariedade. O arrecadado destina-se ao Fundo Nacional de Solidariedade–FNS (com sede em Brasília) e ao Fundo Diocesano de Solidariedade–FDS, que contempla projetos na própria diocese. Em 2014, a Diocese de Crato conseguiu arrecadar R$ 23.787,95 nessa coleta. Foi repassado para a conta da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), responsável pelo FNS, o valor R$ 9.515,18 e ficou para o investimento do Fundo Diocesano de Solidariedade–FDS o valor de R$ 14.272,77. Na foto ao lado, feita por Patrícia Silva, a reunião da equipe do Fundo Diocesano, na última 3ª feira, dia 17.
As cidades beneficiadas
Os projetos diocesanos aprovados para receberem ajuda do Fundo Diocesano são das cidades de Várzea Alegre, Crato e Mauriti e cada uma delas receberá o valor de R$ 3.000,00, sendo o restante do valor investido na formação da equipe que assumirá a campanha no próximo ano. Vale ressaltar que a equipe diocesana do Fundo Diocesano de Solidariedade–FDS trabalha junto com a Cáritas. Esta acompanha a execução dos projetos, recebendo também de cada um a planilha de atividades e custos.
A construção da Fazenda da Esperança do Cariri
Na última 3ª feira, dia 17, o responsável da Fazenda da Esperança no Regional Nordeste I da CNBB, Pe. Justenio de Oliveira, visitou a cidade de Crato. (Na foto ao lado, feita por Patrícia Silva, o Pe. Justênio com Dom Fernando Panico e a equipe da Fazenda Esperança). Ele veio com seu auxiliar, Francisco José Leandro Santos, para acompanhar junto ao Bispo do Crato o andamento da construção da unidade da Fazenda da Esperança Pe. Cícero, localizada no município de Mauriti. Trata-se do maior projeto de recuperação de dependentes de drogas e de álcool na região do Cariri.