Hoje a bola vai rolar no gramado da Arena-Corinthians, na cidade de São Paulo, abrindo a Copa do Mundo de Futebol. Pelo menos nesse espaço de tempo, as cores verde-amarelas, o Hino Nacional e a nossa bandeira estimularão o pouco que resta do patriotismo do povo brasileiro.
Entretanto, poucos sabem que devemos tudo isso a iniciativa do herói da nossa independência, o Imperador Dom Pedro I. Aos fatos.
A Bandeira do Brasil Império foi criada e oficializada através do Decreto de 18 de setembro de 1822. Foi desenhada por Jean-Baptiste Debret. Era composta de um retângulo verde e um losango amarelo, cores escolhidas por Dom Pedro I, para lembrar o verde da Casa de Bragança (origem do nosso primeiro Imperador) e o amarelo da Casa Real dos Habsburgos, de onde provinha a nossa primeira Imperatriz, dona Leopoldina. Ou seja, não tem nada a ver com a mentira republicana do “verde das nossas matas” ou o “amarelo do nosso ouro”, como ensinavam enganosamente nas escolas de antigamente...
Também o nosso Hino Nacional (igualmente oriundo dos tempos imperiais) que é ouvido, com todo respeito, por milhões de brasileiros, remonta ao Primeiro Reinado de Dom Pedro I. O Hino Nacional Brasileiro era executado sem ter ainda uma letra. Conhecida apenas como “Marcha Imperial”, foi muito tocada nos campos de batalhas da Guerra do Paraguai. Depois desse conflito foi popularizada na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.
Com o advento do golpe militar que implantou a “República dos Estados Unidos do Brasil” (para quem não sabe: este era o nome oficial do Brasil após o golpe militar que implantou a República em 15 de novembro de 1889 e que prevaleceu até 1967), e no chamado “Governo Provisório” – dirigido pelo Marechal Deodoro da Fonseca – foi instituído um concurso para a adoção de um novo hino nacional. A ordem era (tentar) apagar tudo que restasse do Brasil-Império. Viviam-se os novos tempos republicanos e a propaganda oficial dizia que tudo vinha melhorando; que os pobres estavam vivendo melhor; e o Brasil iria trilhar a senda do progresso e do bem estar para o seu povo. Quantas vezes, nos últimos 125 anos, vimos esse filme...
Pois bem, na noite de 20 de janeiro de 1890, o Teatro Lírico do Rio de Janeiro estava superlotado, reunindo as mais destacadas personalidades da então capital brasileira, para conhecer o novo Hino Nacional. No camarote de honra, o velho Marechal Deodoro, àquela época já bastante decepcionado com alguns companheiros do golpe militar de 15 de novembro de 1889. O hino que obteve o primeiro lugar no concurso foi composto pelo maestro Leopoldo Miguez, com letra de Medeiros e Albuquerque. Na verdade, tratava-se de uma bonita peça (hoje chamada de “Hino da República”), e que começa com o refrão: “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”.
Ao final da execução do novo hino, o Marechal Deodoro bateu com a mão sobre o balcão do camarote e impôs:
– Prefiro o velho!
Foi quando ficou preservada para as gerações vindouras, a bela “Marcha Imperial”, o mesmo Hino Nacional Brasileiro de hoje, cujos primeiros acordes (“Ouviram do Ipiranga às margens plácidas/ De um povo heroico o brado retumbante”) nos enchem de orgulho e nos faz reviver o pouco de patriotismo que ainda resta à “brava gente brasileira”...