Tá feia a coisa: S&P também rebaixou notas de BNDES e mais 12 bancos brasileiros
Agência também anunciou que colocou o rating global de 17 instituições financeiras do Brasil e o rating em escala nacional de 26 instituições em observação com implicações negativas
(Fonte: "O Estado de S.Paulo", 26 de março de 2014) por Fernando Ladeira
SÃO PAULO - A Standard & Poor's rebaixou o rating em escala global de 13 instituições financeiras do Brasil, em moeda local e em moeda estrangeira, de modo a ajustar as notas ao rating soberano brasileiro, que foi cortado no fim da tarde de segunda-feira para BBB-, de BBB. As notas possuem perspectiva estável. A agência de classificação de risco explicou que o rebaixamento da nota soberana limita as notas das instituições financeiras. Na segunda-feira a S&P já havia adotado um tom semelhante ao rebaixar os ratings da Petrobras e da Eletrobras. A S&P também anunciou que colocou o rating global de 17 instituições financeiras do Brasil e o rating em escala nacional de 26 instituições em observação com implicações negativas. Um banco também está com o rating em escala global na lista de observação negativa, o que significa que há a possibilidade de corte nos próximos meses.
A agência de classificação de risco rebaixou para BBB-, de BBB, os ratings em escala global, em moeda local e estrangeira, do Bradesco, Banco do Brasil, Itaú BBA, Itaú Unibanco Holding, Citibank, HSBC Bank Brasil, Santander Brasil, Banco do Nordeste do Brasil, Sul América Companhia Nacional de Seguros e Allianz Global Corporate &Specialty Resseguros Brasil. A S&;P também rebaixou a nota em moeda estrangeira da Caixa Econômica Federal e do BNDES. As notas da Caixa e do BNDES em moeda local também foram cortados, para BBB+, de A-. O rating da Sul América, em moeda local e estrangeira, foi rebaixado para BB, de BB+. Entre as instituições com o rating em observação negativa estão o BNP Paribas, BES Investimentos do Brasil, BM&FBovespa, Safra, Votorantim, Banco Pan, Daycoval, Pine e BTG Pactual.
COMENTÁRIOS
Na rabeira
Esse rebaixamento do Brasil foi motivado por causa da má gestão administrativa do atual governo federal, do baixo crescimento, da crise energética e da má gestão fiscal. Imaginem se constassem o item “corrupção”... O mais grave é que no (des)governo da “gerentona” a Petrobrás já perdeu mais da metade do seu valor de mercado. Armando Lopes Rafael –– Crato-Ceará.
O rei está nu
Quando a mais conceituada agência internacional de avaliação de risco, a Standard & Poor's (S&P), rebaixa o Brasil e suas duas principais estatais, a Petrobrás e a Eletrobrás, não existem conversa nem maquiagem capazes de convencer alguém de que a economia brasileira está saudável. O governo Dilma Rousseff conseguiu a proeza de interromper uma década de elevações da nota brasileira. E desta vez não vai ter ninguém, nem nenhuma herança maldita, a quem possa transferir a culpa por esse rebaixamento. Esse rating dado pela S&P é a constatação da incompetência de um governo e da manutenção de uma política equivocada, recheada de muitas escolhas erradas. O rei está nu. Só não vê quem não quer. Ronaldo Gomes Ferraz –– e-mail: ronferraz@globo.com
Demorou
Não surpreende que a agência internacional tenha rebaixado a nota de risco do Brasil. Com tantos erros crassos, a evidente incompetência e o despreparo do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) na economia, o resultado não poderia ser outro. Demorou, na verdade. Não é uma questão política e ideológica, mas a pura verdade dos fatos.
Renato Khair –– e-mail: renatokhair@uol.com.br