Procuradoria Regional Eleitoral vai apurar denúncia contra prefeito. Prefeito é suspeito de pagar R$ 450 mil a vereadores por voto favorável.
Foto: Câmara municipal do Crato ( Meramente ilustrativa )
A Procuradoria Regional Eleitoral no Ceará (PRE-CE) instaurou nesta sexta-feira (14) um procedimento administrativo para apurar a prática de abuso de poder político chamado “Mensalinho do Crato”. O prefeito do município, Ronaldo Sampaio Gomes de Matos, foi denunciado por supostamente ter pago R$ 50 mil a nove vereadores (R$ 450 mil no total) para que os parlamentares desaprovassem as contas de gestão de 2009 do ex-prefeito Samuel Araripe. Contrariando parecer do Tribunal de Cotas dos Municípios (TCM), as contas do ex-prefeito foram desaprovadas pela Câmara Municipal pelo placar de 14 a 4 votos.
De acordo com o Ministério Público Eleitoral, além de ter feito o pagamento de R$ 450 mil aos nove parlamentares, o prefeito Ronaldo Sampaio ameaçou demitir funcionários nomeados para beneficiar os vereadores, caso o pedido de desaprovação das contas não fosse atendido.
Para o procurador regional eleitoral Rômulo Conrado, “o caso é de extrema gravidade, pois, além de caracterizar infração político-administrativa, que pode dar ensejo ao impeachment do prefeito, compromete o pleito de 2014, tendo em vista que Samuel Araripe é assumidamente pré-candidato a deputado estadual”.
A PRE investigará se a desaprovação das contas do ex-prefeito teria como objetivo também beneficiar a pré-candidatura da atual primeira-dama do Crato , Gilvânia Matos, e o do secretário de Governo, Rafael Branco. As investigações ficarão a cargo do procurador regional eleitoral Rômulo Conrado e do promotor de Justiça Igor Pinheiro, coordenador do Grupo Auxiliar da Procuradoria Regional Eleitoral (Gapel).
Ação
Na sexta-feira (7), o juiz José Batista de Andrade, titular da 1ª Vara Cível do Crato, na Região do Cariri, determinou a extinção da Ação Cautelar Preparatória de Improbidade Administrativa contra o prefeito do município, Ronaldo Sampaio Gomes de Matos, o secretário de governo, Rafael Aureliano Gonçalves Branco e 11 vereadores do município. De acordo com o juiz, o Ministério Público perdeu o prazo de 30 dias para ingressar com a ação principal (Ação de Improbidade Administrativa), contra os suspeitos. Com a decisão, cinco vereadores, que haviam sido afastados em caráter liminar, retornaram às atividades parlamentares na Câmara de Vereadores.
Do G1 CE