O POETA, FROFESSOR DE LITERATURA E FOTOGRAFO WILSON BERNARDO Entrevista Um dos maiores poetas da Nova Literatura Brasileira, Ainda obscura para muitos intelectuais, mas reconhecido e conhecido no Ceará e no Cariri de reinos encantados com sua poética Imagística e inusitada.
Wilson Bernardo – Entrevista o Poeta Cleilson Ribeiro:
WB-A estranheza dos títulos que você nomeia seus livros nos faz lembrar Manoel de Barros, existe alguma influência do que você escreve com a obra do grande poeta Manoel de Barros.
Comecei a escrever muito cedo. Aos treze anos já tinha um livro no ponto para publicação. Claro, que com poemas péssimos, impublicáveis. Mas fui aprendendo o que era a poesia ao longo da vida. Neste decurso, já na Universidade, conheci o trabalho do poeta pantaneiro e tomei um susto. Em 97, ele ganhou o prêmio da Bienal Nestlé de literatura e começou-se a falar muito sobre sua obra. Virou moda imitar Manoel de Barros. Perdi alguns concursos literários nessa época para algumas caricaturas poéticas, que imitavam o poeta genial. De todos os poetas que respiram nesse século de solidão e angústia, é o mais original. Foi capaz de Construir uma poesia inaugural. Enorme. Sem comparações. Por isso busquei um afastamento do que ele escreve, por acreditar que posso construir minha própria dicção. Sempre andei sozinho e nunca acompanhei modismos estéticos. Isso foi importante porque não tive a linguagem afetada por essa poesia estupenda. Em relação aos títulos, posso assegurar que não há relação alguma entre o que faço e a sua obra. O simbolismo da unidade que pretendo, é pessoal, algo muito subjetivo. Mas esteticamente, somos tragados pelo viés mágico da infância. Ele lá no seu pantanal e eu no meu sertão combusto. Em alguns momentos, exijo como ele a reconstrução semântica do sentido. Em Manoel o entulho e o traste funcionam como alicerce para o pensamento. Para mim, essas sobras pesam como anomalias restritas as intempéries que presencio, por que ardem e doem fundo na alma. Afora a infância, que em nós lateja e se instaura por vezes absoluta, somos distantes. Outro aspecto, que nos separa, é o caráter agramatical de Manoel de Barros, seus neologismos. Nesse sentido ele é tão intenso quanto Guimarães Rosa. Eu nunca fui capaz de criar palavra alguma. Tudo que falo já fora escrito há séculos. Não sou nada original. No meu processo criativo, quando muito, tento e nem sei se consigo, renovar as palavras, tirando-as do seu sentido natural.
WB- Qual é a estrutura poética de simbolismos dos seus poemas na feitura DOS MESMOS DENTRO DE UMA ESTRUTURA GRAMATICAL?
O poder simbólico da palavra é inegável. Como todo poeta, escrevo em silêncio, ponderando sobre esse poder invisível que me é dado exercer. Durkheim considera o conhecimento como resultante dos sistemas simbólicos, já que precisamos reconstruir as condições sociais dessas estruturas para arbitrarmos sobre elas. Ora, se o que escrevo é pensamento, e faz parte de uma tradição idealizada, e por tanto objetiva, acabo também me inserindo dentro daquilo que Pierre Bourdieu chama de “estruturas estruturadas”. Isso é uma visão da sociologia. Então aí eu entro como poeta. Meu modus operandi, está sistematicamente inserido no contexto em que atuo. Sofro a linguagem que falo por que ela é trabalho e suor. Gramaticalmente reproduzo que escuto e tudo aquilo que aprendi escrever. As palavras para o poeta são instrumentos que fornecem os subsídios para a reconstrução do mundo. Sou constantemente transfigurado pelo lugar onde habito. Por isso posso dizer que as experiências que adquiri na vida, desde oralidade, ampliam as expressões que recrio. A isso também se soma o dialeto próprio do nordeste como outra possibilidade lógica, capaz de alterar, ou pelo menos modificar, semanticamente, minha linguagem. Na poesia toda unidade é singular. Nós, os poetas, somos subjetivamente distintos. Podemos construir mensagens parecidas dentro das grandes temáticas humanas, mas acabamos criando imagens diferentes, de significados altamente substanciais. Isso tem a ver com a estrutura da língua, que possui singularidades, e, portanto está ligado ao fato do poeta falar sobre si e consigo mesmo no ato de criação do poema. Logicamente o poeta em seu processo criativo consolida seu trabalho como um artefato do encanto que lhe cabe na vida como testemunho. Somos tomados pela força do elo da criação que tem sua origem indeterminada. Eu costumo pensar que tradicionalmente pertenço à linhagem dos bardos provençais. Desde Lentini, que inventou o soneto, até o grande poeta cearense Francisco Carvalho, falecido recentemente, a história vem se repetindo. Testemunhamos nosso tempo e nele deixamos os rastros de nossos sonhos e a fuligem espessa de nossas mal-assombradas esperanças.
WB-O que se percebe é que existe um conflito entre o poeta, a infância e suas lembranças remanescentes de um sertão ainda ao Deus dará, de políticas publicas e a busca dos homens pela mística da fé. Qual é a verdade de tudo isso?

A infância é o meu país de exílio. Historicamente minha palavra foi gravada em sua carne, onde freme e se empluma. Não sei ao certo se de maneira conflituosa, exijo de mim, como motivação poética a captura das imagens que envelheceram em minha infância. Para lá sempre retorno, morrendo de medo do menino que fui e do fantasma que serei. Mas de acordo com os fatos que ocorrem na minha realidade presente, continuo fiel ás minhas origens. Obedeço, porém aos significados que me foram oferecidos como ensinamentos e a eles dou credibilidade. Por tanto para mim, pouco interessa se são ou não verdadeiros esses ensinamentos. Se os descubro agora como crendices, por exemplo. A antropologia cultural explica isso como um sistema de valores, mas eu qualifico como um relicário edificante. Quem conhece um pouco de história sabe que o nordeste já viveu uma prosperidade econômica. Isso durante mais de duzentos anos, no período colonial, através da atividade açucareira, o que tornou um o primeiro centro urbano do Brasil, recém-descoberto. Aí, vieram os metais preciosos e houve uma mudança sociológica. Afundamos no esquecimento, o que nos fez mais fortes, pelo trabalho, pelo pensamento, pela criatividade. Semeamos aqui nesse solo combusto nosso imaginário e nossa cultura. O imaginário é meu escudo. O imaginário se compõe da imagem, que edificamos. Nisso entra nossa história e a visão que construímos dela. Nietzsche , quando menciona o ponto de vista, mesmo que tente conceituar a verdade, acaba nos dando a indefinição da certeza, já que a visão particular é contextual, e por assim dizer, subjetiva. Como nasci, cresci e vivo, no sertão, suas reminiscências são cargos presentificados em minha escrita. Sou um elemento primitivo na paisagem. Considero o que Octávio Paz fala sobre a imagem, quando coloca que nós poetas designamos significados contrários ás imagens que criamos. Por isso causamos estranhezas. Por outro lado, dessas estranhezas retiramos a pluralidade e a unidade simbólica, recriando novas paisagens literárias. Isso é primordial para a feitura do poema e para a edificação da imaginação criadora. Deturpamos o original para criarmos o espaço do inesperado na poesia. Sei que estou envelhecendo dentro do sonho e do mundo. Percorrendo o caminho das idades da vida. Nesse sentido, gradativamente acompanho minha sombra rumo ao inesperado. Se ele está lá na infância, é lá que preciso buscá-lo. Sou criticado por isso. Por conservar, o que muitos chamam de ingenuidade criativa. Não posso mudar o fato de minha alma se alimentar dessas lembranças.
WB-Deus e o diabo na terra do sol de Glauber Rocha fazem sentido com a Posologia Residual da Palavra.
Só se for pelo lado da valorização do nordeste como leitmotiv. Mais pode haver outras implicações possíveis. Eu digo possível, pois não tenho consciência se elas existem. Mas vamos lá: no filme Deus e o diabo na terra do sol, Glauber cria um rito de passagem para conduzir as vidas do sertanejo Manoel e sua mulher Rosa, num ambiente hostil, aonde os dois personagens tentam sobreviver. Na posologia residual da palavra, esse rito de passagem existe, mais de maneira mais imbricada, os poemas se estabelecem no chão calcário, mais tencionam uma migração pra dentro da linguagem, numa certa reinvenção lingüística. Acho difícil dissecar o que escrevo, mas é mais ou menos isso. Lá no filme, há um acordo entre os sertanejos e o coronel, que no fim é desrespeitado. A fatalidade acontece pois se tece num ambiente de conflito. O gado morre no percurso. Sobram apenas a falta de palavra do coronel e a revolta de Manoel. Presenciamos isso há séculos nesses des-sertões. No meu livro, em alguns poemas, escrevo com as mãos revoltadas, exijo meu quinhão negado na infância. Como uma espécie de des-herança, que não me chegou ás mãos. Tem também o lado da cordelística trovadoresca, que é o fio condutor do filme, e em meu livro funciona como o genoma do meu processo criativo. Outra coisa a considerar é o catolicismo primitivo, presente na força fílmica, que na posologia, uso como um artefato bruto, tradicional, a que eu era obrigado a digerir pela imensa precisão que nos obrigava à fé. Bem, mas estou apenas conjecturando. Tudo que posso afirmar é que não sou com toda certeza, nem o santo Sebastião, envolto na poeira dos caminhos nem o fatídico Antônio das mortes embevecido pelo sangue de seus desafetos.
WB- De Orós ao Barro, do medo no universo das rimas, do sertão a ficção, de onde o poeta Cleison alimenta a SEDE DAS PARAGENS E DO SEU RISIDUAL METABOLOISMO DE RECEITAS POÉTICAS DENTRO de uma bula Posológica da palavra.
Venho desde as grandes águas até me semear no húmus do chão que escolhi por vida. Quem te disse que temo o universo das rimas? Muito pelo contrário, aprendi dominar os seus impulsos e capturá-las. Isso desde o princípio. Estou misturado as reações químicas próprias de minha pátria. Drummond se assumia de ferro, porque de Itabira. Eu sou de barro, enlameado pelo cuspo antigo da água mirrada, apesar da ancestralidade do jorro indelével do Orós, que só me chegava em sonho e deslembrança. O que me transforma vem do ideário que comungo. Das suas substâncias não-líquidas, das referências históricas que me aproximam da precisão para que eu possa sintetizar os sonhos que constituem a base da vida. A poesia me alimenta e me corrói. Na verdade, me vejo caminhando em busca do indecifrável, do insólito. Pela poesia e em seu chão, eu luto a força de sementes temerárias. Mas sou contra totalmente a receita pronta que torne a poesia digerível. Antes, o engasgo ou língua queimada, quando se pretenda a ingestão da linguagem poética, por desaviso de sua enormidade. O que lanço na posologia é o modo de usar a palavra que herdamos, suas doses de tradição, seus tons arcaicos, suas combinações dialéticas, para que se alcance uma humanidade lingüística. O que vejo muito nos novos poetas é essa pretensa formulação da novidade como retórica para um canto para além das tradições. Pura besteira. Requebrado estético não é poesia. Os poetas concretos tentaram retirar o sentimento e o lirismo da poesia e quebraram a cara. Fizeram uma coisa sem gosto, sem som, sem equilíbrio, e chamaram de poema concreto. Viajaram além do horizonte e acabaram caindo no vazio.
WB- A sua formação literária de mundo tem dois confrontos, o acadêmico e o estiado de ruminâncias agrestes. Qual desses caminhos te faz organicamente construído?
Só tem dicção poética que tem voz poética. Alguns poetas buscam o entendimento do que escrevem, porque pensa que assim se tornarão populares e ganharão os leitores. Esse é o maior erro que se pode cometer durante a evolução do processo criativo. Em sua gênese da escrita nos exige a tomada de posicionamento diante da vida e de suas temáticas históricas. Não se ter referências históricas nos remete ás imitações. Lemos nos afetamos, depois é só imitar para conquistar leitores desavisados. Já falei isso, quando citei Manoel de Barros. De forma geral, os aspectos tradicionais da poesia sobrevivem ao tempo, por que são bons e também porque são bonitos, encantadores. Mas lidamos o tempo todo com a questão do intelectual, concepção que abrange o sentido de autoridade sobre o que é escrito. Então se começa a inferir ao poema os aspectos de erudito ou popular, tecendo a trama do bom, e do ruim, o que culmina com o conceito de beleza.
Só pode ser belo o erudito, esse é o pensamento. O mito do arauto do conhecimento é construído, como única pessoa histórica capaz de acessar o conhecimento cultural. O intelectual se articula numa posição ilusória mas que interpõe o seu poder, pelo discurso, submetendo as tradições orais ao ostracismo. Acho isso gritantemente impiedoso. Chegamos então a um fim que erige a concepção da poesia, e não só dela, mas também da arte, como uma posição ocupada dentro do universo social. Entre o intelectual e o poeta popular trava-se uma luta de classes, onde impera a lei da mais valia. Mesmo vivenciando condições de pluralidade, somente os intelectuais é que têm voz e vez. Não me sinto intelectual e nem quero fazer parte dessa classe. Antes sou um poeta, brasileiro e nordestino. Comigo meu umbigo e minha sombra. Canto o que sinto, desde o aboio até o fado. Minha trajetória é marcada pela tradição e seus resíduos funcionam em mim como segunda pele. Conviver com a invernia e o estio, tem função estatutária dentro do que canto. A Grosso modo fui e sou construído por esses fundamentos climáticos, atmosféricos, sertânicos.
WB-O imaginário real dos aboios de histórias do seu avô é uma presença constante em seus livros, quem é seu avô que teima em se manter vivo dentro do que você escreve.
O real e o imaginário andam juntos por esse mundo há milênios. É um chão fecundo para se procurar as relações entre poética e historicidade. É entre o real e o imaginário, que fabulamos. Reinventamos o mundo. Construímos, para desconstruirmos, os estatutos do tempo. Desde tenra idade estou imerso nesse fabulário cultural, pelo qual adquiri certos conhecimentos tradicionais. Sem saber, meu avô, a seu modo, semeava nas noites do sertão, os flambloian, que estavam guardados em seu inconsciente. Pra quem não sabe essa expressão, conceitua determinadas estórias, do cotidiano, cujas narrativas, traziam ensinamentos, exemplos a serem seguidos, e sua moral instruía. Meu avô era detentor natural de muitas dessas narrativas. As estórias aproximavam-se da realidade. Mesmo que avançassem muitas vezes para uma ambientação fantástica. Fato é que sou o que sou pelo que ouvi. O povo nordestino tem esse diferencial. Assume mesmo uma postura medievalesca. É uma coisa intuitiva, residual, inconsciente. Meu avô era um griô camponês. Com postura trovadoresca, medieval. Um filósofo agreste. Griô, ou griot, significa “o sangue que circula”. O sangue de meu avô ainda está por aí, circulando, por que conto o que ele me contou de quem o contou. Minhas filhas contarão aos seus filhos e netos, que perpetuarão esse sangue do real e do imaginário para todo sempre, como tradução da tradição. Lembro-me com nitidez das noites do sertão, as estórias, os romances de cordel, o fantástico em linhado no maravilhoso, a luz dançarina das lamparinas. São coisa, situações, que marcaram minha vida. Num outro extremo da vida tínhamos o aboio, que não era lá de casa, pois meu avô não era homem de gado, era homem de terra e grão, de fruto colhido, de suor e calo, de desesperança e fartura, de seca e de invernia. Mas estava ali, o aboio, aquele canto sem palavras, conduzindo rebanhos funestos e magricentos. Meu avô é uma sombra acesa dentro da memória. Um estirão do estilhaço desse aboio eterno, que me guia pela vida, o atalho, o rastro no chão que me indica o caminho do açude, a natural magia que me prende ao meu cordão umbilical.
WB- No livro Posologia o poema OS EXECUTORES alimenta a inteiriça das palavras como SOPESOU... São novos silogismos no aleijo das esmolas entre o místico e o real dos homens.
Ainda bem que você menciona os silogismos e não os neologismos. Explico: dentro do universo de referências históricas que utilizo como ponto de partida para minha criação, permanece constantemente buscando uma conexão entre as idéias que tento promover e a compreensão de mundo que tenciono construir. Minha argumentação se articula no raciocínio. Isso é a base filosófica do silogismo. Conectar palavra e pensamento até chegar a alguma conclusão sobre a vida em seu estado natural. O outro lado da moeda são os neologismos. Dentro da linguagem, enquanto fenômenos criam novas substâncias lingüísticas que interferem no sentido das coisas. Uma vez que eu sou um poeta de meu tempo, minha ocupação mais imediata é reinventar o mundo, refletindo sobre ele. Como não nasci dotado de talento para inventar palavras novas, desenvolvo a tessitura de meus pensamentos fazendo conexões com meu passado, alinhavando significados arcaicos que se transfiguram agora,como elementos distintivos da realidade.
WB-. Os poetas são anjos engasgados “... Que engasgos comportamentais são esses e o que são os malditos?
Isso é uma teoria de ficção científica minha, para justificar o dom da poesia. Penso o seguinte: num determinado momento após a criação da humanidade, Deus deve ter enviado alguns de seus anjos para conviver aqui na terra, com os homens. Todos falavam uma mesma língua e havia uma disciplina lingüística, nunca alterada. Deus falava aos homens pela voz dos anjos e isso bastava para haver comunicação. Certo dia, porém, os anjos se engasgaram sem razão, e esse elo, entre Deus e os homens foi quebrado. Deus então, chama de volta todos os anjos para fazer um curso de reciclagem, e saber o real motivo daquele problema. Após algumas dezenas de segundos os anjos voltaram a terra, mais sabidos e coordenados e tudo se normalizou. Porém, já era tarde de mais. O som do engasgo da voz dos anjos ficou impregnado no subconsciente de alguns uns, que habitavam aquelas sesmarias. Foi impossível controlar a força daquela língua nova, com a qual, eles falavam coisas para muitos inteligíveis. A língua foi batizada de poesia e aqueles homens passaram a ser denominados de bardos, desde então. Deus, surpreso e admirado, consagrou-lhes com imerecimento e a solidão. Mas por compaixão, semeou no coração dos poetas, um pequeno grão de esperança.
WB- Quem é Cleison Ribeiro dentro da Literatura.
Dentro da literatura, acho que apenas, um pequeno, minúsculo grão de poeira. Mas espero ventos que me possam levar através do tempo, dentro do mundo, para além do sonho e da vida. Assino meu nome com o sangue da esperança, tentando lavrar uma escrituração humana, que fale de fé e justiça e funcione como um artefato de beleza e claridade. Meu caminho está sendo construído para alcançar o inesperado. Tenho origem e linguagem. Minha linhagem não vem graças a Deus, dos comensais. Desde muito tempo pertenço ao povo, dele provim, de forma simples, e convivo desde sempre com a precisão e o sofrimento. E é Isso que fez minha alma forte, meu olhar austero e meu coração semeado de ternuras.
Por: Wilson Bernardo