Existe um ditado popular russo que diz: “Tudo volta, tudo”. É verdade. Dona Dilma e o governo do PT estão fazendo com a Copa das Confederações o mesmo que os governos dos militares fizeram na década 70, do século passado, quando o Brasil sagrou-se tricampeão mundial de futebol. Nada como um dia atrás do outro...
O governo da "gerentona" está até utilizando, na propaganda institucional, a expressão “A Pátria de chuteiras”, usada pelo teatrólogo e escritor Nelson Rodrigues, este um crítico da velha "esquerdona jurássica". Mas, vá lá. Dona Dilma e os marqueteiros do seu governo não haviam percebido que os brasileiros mudaram – e muito – nos últimos anos. Diferente da ufania popular da década 70, boa parte dos brasileiros, nos dias atuais, não está nem aí para o futebol. Houve até protestos do povo (protestos, diga-se de passagem, reprimidos com gás lacrimogênio e balas de borracha pela polícia) antes da abertura do estádio Mané Garrincha. Centenas de pessoas protestavam contra os 25 bilhões de reais gastos pelo governo na reforma e construção dos novos estádios, para a realização da Copa do Mundo de 2014.
Os manifestantes (alguns saíram feridos) gritavam que o governo “torrou” essa vultosa quantia para fazer propaganda enganosa. E enquanto esse dinheiro foi jogado pelo ralo, continuam morrendo pessoas nas portas dos hospitais por falta de assistência. A segurança pública virou um caos; as estradas estão esburacadas e os professores ganham um salário vergonhoso...
Diferente era o povo na época da ditadura militar! O leitor sabia que o presidente de plantão, em 1970 – o general Emílio Garrastazu Médici – foi ovacionado,no Rio de Janeiro, por toda a lotação do Maracanã, num tempo em que aquele estádio comportava cem mil pessoas?
Já a presidente Dilma Rousseff, escolhida em eleição direta e democrática – mas com a popularidade em queda – foi vaiada, por três vezes, pelo povo que lotava, no último sábado, a Arena Mané Garrincha, em Brasília.
Como gostava de dizer o saudoso Chico Soares: "Nas voltas que o mundo dá, tem dia que urubu vira sabiá"...
Como gostava de dizer o saudoso Chico Soares: "Nas voltas que o mundo dá, tem dia que urubu vira sabiá"...
Prá frente Brasil!
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PÓS-ESCRITO:
Numa das suas costumeiras viagens – desta feita a Lisboa, Portugal – a presidente Dilma Rousseff adentrou numa área que ela pouca conhece: as poesias de Luiz de Camões. A gerentona disse que “muita gente se comporta como "o velho do restelo", que ficava sentado na praia "azarando" os que se lançavam a novos desafios. Ela precisa ler a poesia para entender o que o maior poeta português quis dizer.
Dona Dilma talvez desconheça que, naquele poema, por ela citado consta a estrofe abaixo:
“Mudam-se os tempos
Mudam-se as vontades
Muda-se o ser
muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudanças
Tomando sempre novas qualidades”.
A presidente parece não perceber que só o governo esclerosado, mantido pelo clientelismo aos grotões da miséria e do atraso não mudou nos últimos 12 anos. É por isso que as multidões estão invadindo as grandes cidades para protestar contra a alta das passagens, contra a política econômica, contra a carga tributária pesada que paga e viver num país que não lhe oferece segurança, educação e saúde de qualidade. Contra a construção desses elefantes brancos para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Contra a crescente violência e a impunidade com que nós tomamos conhecimento todos os dias através dos meios de comunicação social.
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PÓS-ESCRITO:
Numa das suas costumeiras viagens – desta feita a Lisboa, Portugal – a presidente Dilma Rousseff adentrou numa área que ela pouca conhece: as poesias de Luiz de Camões. A gerentona disse que “muita gente se comporta como "o velho do restelo", que ficava sentado na praia "azarando" os que se lançavam a novos desafios. Ela precisa ler a poesia para entender o que o maior poeta português quis dizer.
Dona Dilma talvez desconheça que, naquele poema, por ela citado consta a estrofe abaixo:
“Mudam-se os tempos
Mudam-se as vontades
Muda-se o ser
muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudanças
Tomando sempre novas qualidades”.
A presidente parece não perceber que só o governo esclerosado, mantido pelo clientelismo aos grotões da miséria e do atraso não mudou nos últimos 12 anos. É por isso que as multidões estão invadindo as grandes cidades para protestar contra a alta das passagens, contra a política econômica, contra a carga tributária pesada que paga e viver num país que não lhe oferece segurança, educação e saúde de qualidade. Contra a construção desses elefantes brancos para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Contra a crescente violência e a impunidade com que nós tomamos conhecimento todos os dias através dos meios de comunicação social.