
Naquele tempo, as Escolas de Samba se organizavam com antecedência. Faziam festas, bingos, havia uma dedicação desde o integrante ao presidente da escola. Para o radialista Mazim era tudo feito com amor, até as rádios Araripe e Educadora transmitiam o carnaval de rua e tinha também palanque para comissão julgadora que era criteriosa no julgamento dos quesitos das escolas em desfile. Tempo da crônica carnavalesca, mas hoje, ou há pouco tempo atrás, foi vergonhoso o que se viu nos desfiles de rua do Crato, se não tiver dinheiro da prefeitura., não tem carnaval. Tornou-se um ciclo vicioso dos dirigentes de Escolas de Samba, com raras exceções (se é que tem), correrem o chapéu ao órgão público por algumas merrecas. Onde passam 365 dias de braços cruzados à espera de um sim ou de um não, e se for sim, a falta de vergonha ganha avenida. Assinam um atestado da incompetência e falta de respeito com nossa tradição pelo que apresentam durante o desfile. São fantasias reaproveitadas de carnavais passados, algumas armações de ferro improvisadas de carros alegóricos que geralmente quebram antes do desfile. Meia dúzia de travestis como destaque que desfilam da 1ª a última escola, sasaricando na avenida sem samba no pé, além de trajes impróprios sendo aplaudidos por poucos e ridicularizados por muitos.
É um carnaval sem escrúpulo, sem credibilidade, pois nenhum empresário vai querer investir no que vê. E assim, é melhor não ter. O estado do nosso carnaval de rua chegou ao fundo do poço, igualzinho ao nosso canal do Rio Granjeiro que de mão em mão e por falta de planejamento e visão futura, virou buraco.
Quanto à suspensão da verba da prefeitura, isto não vem ao caso, é mais uma prova que; se as nossas Escolas de Samba fossem independentes e tivessem vida própria haveria desfile de carnaval. Já o sentimento alegado pela tragédia das chuvas, não são convincentes, muito mais sofreu São Paulo, Minas Gerais com cheias e mortes e lá haverá carnaval, e bem mais que todos, não superam a tragédia do Rio de Janeiro com mais de 1000 mortos e desaparecidos, e se não bastasse recentemente vários barracões e alegorias, foram destruídos pelo fogo e como exemplo maior deram a volta por cima e das cinzas ressurgiram com amor e respeito fortalecendo as responsabilidades de cada um pela sua tradição. Aqui não morreu ninguém, graças a Deus, mas morreu a nossa tradição e o respeito pelo que fomos ontem. Porque já não se faz carnaval de rua como antigamente.
Lamente se puder...
Por: Ed. Alencar
Ambientalista
Um vexame a menos, é ?
ResponderExcluirrs rs rs
Hoje não sei porque, acordei nastágico, lembrando dos carnavais de autrora. Quando menino, eu comprava "chiringador" e máscaras para assistir o carnaval. E olha que me sentia importante, pois muitos destes carnavais,eu ficava no primeiro andar do prédio. ali em cima da Sorveteria Glória. Infeleimente é lamentável que as tradições vão acabando com tempo.
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