
Durante esse momento irreal, evanescente e efêmero (uma das definições de sonho) vi pessoas felizes, saudáveis, com olhar repleto de expectativas mil, gente que se cumprimentavam independente de se conhecerem, desejam um bom dia, uma excelente tarde, uma semana de realizações. Observei as crianças acompanhadas de seu pai, sua mãe, enfim da família, brincando nos parques da cidade, tratando os idosos por senhor, deferindo-lhes todo o tratamento merecido, reconhecendo seu valor. Acompanhei um professor encaminhando-se a escola, alegre e satisfeito do seu ministério, vi ainda esse mesmo mestre ingressar em uma escola pública, bem cuidada, com cores vivas, em um ambiente convidativo, todos corriam para ali aprender, sorver o conhecimento.
Mais a frente presenciei um nosocômio, por incrível que pareça totalmente diferente da visão que temos desse local, na porta ausente qualquer tipo de fila atentei uma senhora vestida de branco, um branco impecável, limpo, claro, cristalino, recebia os convidados com um sorriso encantador, os conduzia até o interior daquele local, pouco tempo depois saiam transpirando saúde, saltitantes, dando prosseguimento a labuta diária. Sem entender o que estava acontecendo, precisei pegar um coletivo, um transporte publico, parei em um ponto para esse fim, sem acreditar no que via, um local coberto, digno, com assento destinado a aguardar o veiculo que me transportaria ao meu destino, todavia, em fração de segundos, parou um automóvel imenso, agradável e o motorista com uma educação nunca antes visto, permitiu a entrada de todos que ali estavam e já no seu interior, sem aglomeração, com poltronas para todos, sentamo-nos. Seguimos a viagem, sem transito, sem ruas esburacadas, rapidamente chegamos ao destino, desembarcamos felizes.
Quase no final desse processo psíquico, notei que não existia nas ruas mendigos, pessoas com fome, menores pedindo nos faróis, fazendo malabarismo, cuspindo fogo. Visualizei que todos ali tinham onde morar, um local para retornar no final do dia, que a policia pouco fazia, pois todos viviam felizes. Acordei, assustado, feliz, sem entender o que havia se passado, tentando compreender o que tinha acontecido, levantei, abri a janela, olhei o céu que por incrível que pareça era o mesmo do sonho, senti o ar – verdade que um pouco, ou muito, poluído - perdido, sem saber o que fazer liguei a tv, era justamente durante o horário eleitoral “gratuito” político, nesse momento um candidato dizia “ vote em mim, pior do que esta não fica....” desliguei a tv o mais rápido possível, voltei para a cama e roguei sonhar tudo de novo. Será utopia?
Por : Luiz Claudio Brito de Lima
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