Nota do Editor: Um excelente texto do Antonio Paiva Rodrigues

Essas tribos já eram os astecas que tiravam o couro em tributos e olhavam-nos com desprezo. Isso porque Cortés já os intimidara com cavalos e espingardas. Cortés tinha na sua expedição: 600 soldados, 16 cavalos e 100 canhões, teve que matar dois marinheiros que queriam retornar a Cuba e decepou os pés de um terceiro. Quando tomavam uma decisão em definitivo, Os espanhóis diziam: “Queimei os meus navios”. Como se sabe a Civilização Asteca foi o berço de civilização composta por um povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Eles fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco. A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército.
A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides). Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos, ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região. Demos uma ligeira passagem no tempo, mas é preciso salientar que em novembro de 1519, nove meses depois, entrou finalmente em Tenochtitlán, a capital dos astecas. Cortés ficou boquiaberto, pois era mais bonita e maior do que Granada, rica cidade da Espanha.
Na realidade uma das maiores cidades do mundo com 300 mil habitantes, ruas direitas, pontes, prédios enormes, lojas, barqueiros e um mercado lembrando um formigueiro de gente, a cidade ficava no meio de um vasto lago. Na entrada da cidade, o Imperador Montezuma e duzentos nobres o esperavam, príncipes o carregavam numa liteira incrustada de ouro e sob um guarda sol de plumas verdes. Além do mais, os mesmos calçavam sandálias com cadarço de ouro e cobertas por pedras preciosas. Era o ouro que Colombo disse não ter encontrado. Deslumbrado Cortés partiu para o abraço, mas foi impedido. O imperador colocou em Cortés um colar de contas com pepitas de ouro do tamanho de nozes e lhe deu um arranjo floral de plumas de quetzal e de papagaio. Uma recepção e tanto que Cortés jamais esperava. A arte asteca e a arquitetura começam com a pirâmide da civilização asteca. Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo. O artesanato a época era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia. Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos.

É certo de que a história conta muito mais e com mais nuances, aqui fizemos um pequeno arrazoado da vida dos astecas. Com certeza Joel Rufino dos Santos em seu talentoso trabalho deve contar muito mais e com mais detalhe do que nós, mas esperamos ter cumprido o que pretendemos levar ao conhecimento dos leitores algumas nuanças a respeito desse povo maravilhoso, mas ainda quase que desconhecido. O México hoje é uma nação de muitas tradições, mas no passado muitos fatos contribuíram para que o México fosse a grande nação de hoje. Dizem que se Montezuma não tivesse sofrido a intervenção de Cortés seria um país mais desenvolvido. Afirmam também que em princípio, Cortés aproveitou-se da insegurança do rei. O espanhol ofereceu-lhe a conversão ao cristianismo. Montezuma recusou, mas concordou com a construção de uma capela.
O asteca tornou-se o porta-voz do conquistador. Em 14 de novembro de 1519, exatamente uma semana após a saudação na entrada de Tenochtitlán, Cortés mandou prender Montezuma. A partir de então, o conquistador passou a ditar as ordens, alegando serem desejos do asteca supremo. O ex-todo-poderoso e orgulhoso Montezuma acabou por trair seu povo ao assinar um documento no qual transferia todos os direitos do soberano do Império Asteca ao rei Carlos 5º, da Espanha. No entanto, foi só quando os soldados destruíram e arrasaram os templos e locais sagrados dos astecas que se acabou a tolerância do povo indígena. Após um massacre dos espanhóis, os astecas reagiram e obrigaram os conquistadores a abandonar Tenochtitlán. Mas o fim dos outrora ricos e poderosos astecas já estava determinado. Pouco mais de dois anos depois da chegada de Cortés, Tenochtitlán foi quase riscada do mapa pelas tropas espanholas em agosto de 1521, após um cerco que durou três meses. O propalado tesouro de Montezuma jamais foi encontrado. O prenúncio que os feiticeiros não souberam interpretar, porém, confirmara-se cruelmente.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE E DA AOUVIRCE.
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