Cobertura Fotográfica - Wilson Bernardo
Saudosismo não faz mal a ninguém, e já fazia bastante tempo que o povo não descia do morro, vilas, distritos e festejava com uma boa dose de civismo, o que o Crato sempre teve de bom...O POVO!

“Ao tentar ser mais rigorosa com motoristas que bebem e dirigem, a lei seca aprovada pelo Congresso em 2008 abriu caminho para a impunidade. Levantamento realizado na Justiça estadual do país inteiro mostra que 80% dos motoristas que se recusaram a se submeter ao teste do bafômetro ou a tirar sangue para a verificação do grau etílico acabaram absolvidos por falta de provas.
A avaliação que tem predominado no Judiciário é a de que a lei seca criou um limite numérico (de seis decigramas de álcool por litro de sangue, equivalente a dois chopes) que precisa ser obrigatoriamente comprovado para constatar a infração penal passível de detenção. Antes, a redação do artigo 306 do Código de Trânsito se limitava a dizer que é crime “conduzir veículo automotor sob influência de álcool”. A nova legislação foi aprovada no Congresso após negociações no Ministério da Justiça -que, procurado pela reportagem, não quis se manifestar.
“A redação [da lei seca] é favorável aos acusados porque passou a exigir a constatação de uma concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a seis decigramas. Com isso, o teste de alcoolemia passou a ser imprescindível”, afirma uma decisão do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo. “Não basta que se constate clinicamente a embriaguez. É preciso, porque assim está na lei, que se comprove o grau de alcoolemia mínimo”, relata uma outra decisão, do TJ-DF.
PROVA CONTRA SI
E por que os motoristas não são punidos por se recusar a passar pelo teste do bafômetro ou a tirar sangue? “Ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo. É o principio da autoincriminação, consagrado pelo STF [Supremo Tribunal Federal]. Ninguém pode ser compelido, portanto, a se submeter a qualquer um dos testes existentes para informar o nível de alcoolemia”, entenderam os desembargadores do Paraná.
O levantamento foi preparado pelo advogado Aldo de Campos Costa, doutorando pela Universidade de Barcelona –para onde os dados foram enviados na semana passada. Ele foi realizado na segunda instância de todos os tribunais de Justiça do país entre os meses de junho de 2008 e maio de 2009. Foram encontradas 159 decisões em tribunais de todas as regiões do país –em 97% houve entendimento unânime.
A pesquisa se refere à infração penal, e não a punições administrativas que são aplicadas pela autoridade de trânsito.
A lei seca prevê pena de seis meses a três anos de detenção (ao motorista flagrado a partir de 6 dg/l de álcool no sangue), além de multa de R$ 955 e suspensão do direito de dirigir por um ano (nesse caso, inclusive para quem tiver de 2 dg/l a 5,99 dg/l de álcool no sangue).”
(Folha Online )
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Boa parte de uma manhã da semana passada, na Reitoria da Universidade Federal, tive a oportunidade, preciosa oportunidade, de participar de uma reunião, que, ao final, só deu compensações, pelo conteúdo das discussões ocorridas.
Refiro-me a encontro da comissão responsável pelas comemorações do centenário de Juazeiro do Norte, no período de 20l0 a 22 de julho de 20ll, data da independência do Município. Ao anfitrião, reitor Jesualdo Farias, e ao prefeito Manoel Santana, a todos, enfim, mostrou-se um rol de atividades, de ações e de empreendimentos já concebidos, sem dispensar sugestões que contribuam para dar dimensão e repercussão a um acontecimento que agrega fortes razões para se tornar inesquecível. Na verdade, o que está projetado dará ao Juazeiro e ao Cariri a chance de incorporar ao seu potencial econômico, social, religioso e cultural um conjunto de valores e de conquistas que a região exige e merece.
A campanha de divulgação do centenário, em pleno curso, não tem como foco apenas as instituições e entidades que naturalmente estão incluídas no esforço de tornar marcante o fato, como Governo do Estado, universidades, núcleos culturais e movimentos sociais. Há, no sentimento da comissão, uma alentadora disposição e empenho para inclusão de tantos quantos se vinculam ao Juazeiro, seja por laços antigos e familiares, seja por afeição ao seu patriarca, o Padre Cícero. Sem dúvida, o motor de toda essa mobilização, desde agora, é a própria história do Juazeiro, rica para avaliações relevantes, rica para estudos perspicazes. Em suma, Juazeiro é fonte de inspiração permanente e há muito o que beber nessa fonte.
Ivonete Maia - Jornalista / ivonetemaia@hotmail.com
Fonte: jornal O POVO
Postado por Armando Lopes Rafael