Responsabilidade Social Hoje, a Fundação Casa Grande comemora 16 anos de criação. A festa começa com a pintura da casa, feita pelos jovensNova Olinda. É festa na Casa Grande, em Nova Olinda. São 16 anos de um trabalho que passa por um amadurecimento institucional, com diversos projetos voltados para a meninada do sertão e intercâmbio com instituições internacionais, além de vários prêmios acumulados. Recentemente, o diretor da Fundação, Alemberg Quindins, teve o reconhecimento nacional, com o Prêmio Valores do Brasil, na categoria nacional Educação e Geração do Conhecimento. O Prêmio é concedido pelo Banco do Brasil a profissionais e instituições que contribuem para o desenvolvimento do País, e foi entregue por seu presidente, Antônio Francisco de Lima Neto.
A festa de comemoração começa com a pintura da casa. O ritual envolve os meninos e a comunidade. Às 18 horas de hoje, a renovação do Coração de Jesus, com a participação da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, que marca presença todos os anos, e o corte do bolo. Um show com os músicos Elizah e Paulo Brandão, baixista do Aquarela Carioca, será apresentado no final, com a participação dos músicos da casa, com Abanda e Os Cabinha.
A comemoração não se restringe apenas à Fundação, criada no ano de 1992, mas aos idealizadores do projeto, hoje modelo no Brasil, que comemoram Bodas de Prata e o aniversário de nascimento de ambos. Uma sintonia perfeita para o desempenho de um trabalho sempre trazendo novas inspirações. E foi na família que nasceu a proposta do mais novo Programa da Casa, voltado para o esporte e um dos 10, entre 300 de todo o Brasil, selecionados pela Nestlé, por meio do projeto Nestlé Torce por Você. O Projeto Futebol de Rua da Meninada do Sertão, veio a partir do gosto pela bola do filho do presidente da instituição, Pedro Yã.
O lúdico, pertencente ao sonho das crianças, projetou um trabalho que foi tomando corpo ao longo dos anos. A liberdade de buscar o novo, de preencher todos os espaços da Fundação, demonstra a possibilidade de novas perspectivas para crianças e adolescentes. Antes, segundo Alemberg, havia a preocupação de fazer com que os filhos dos agricultores do sertão chegassem à universidade. Hoje, reside o interesse de inserir os jovens no mercado de trabalho, seja no formal, autônomo, com toda a formação que eles adquirem no projeto, e dentro da própria instituição.
A perspectiva de inserir o Programa de Esportes permanente, a partir de fevereiro na Casa Grande, leva em consideração o resgate das origens. O local para sediar o projeto é o 1º campo de futebol da cidade e também foi aldeia dos índios Kariú – Kariri. No Parque dos Cajueiros restam três árvores do gênero. São as mais antigas da cidade. A área foi tombada pelo patrimônio histórico municipal. A idéia é transformar o local em parque temático. Alemberg lembra do primeiro time da cidade, o Titan, categoria semi-profissional que também marcou presença à sombra dos cajueiros. O apoio da Nestlé, Prefeitura e Sesc dará espaço, juntamente com a execução da entidade, para 120 crianças, de 6 a 12 anos.
Mas o trabalho irá além, com formação de locutores esportivos, repórteres e comentarista, além de formar atletas e equipe técnica. Um vídeo com o futebol de rua resgata a tradição dos “rachas” das turminhas de Nova Olinda. Os freqüentadores dos campinhos são entrevistados. O vídeo produzido pelos meninos será veiculado na TV Futura, mostrando a realidade dos campinhos do Cariri.
Para Alemberg, a maturidade da instituição cresce junto com os meninos. “No início, a finalidade era um espaço lúdico, educativo, para fazer com que os meninos chegassem à universidade. Hoje, a inserção no mercado de trabalho deles passou a ser um desafio”, diz.
Este ano a Casa Grande saiu na frente, reunindo grandes estudiosos no I Seminário de Arqueologia da Chapada do Araripe, tendo à frente a diretora da entidade, Rosiane Limaverde, também arqueóloga. O primeiro laboratório da área está sendo montado.
Para 2009, dois eventos reunirão parceiros, fortalecendo o intercâmbio com países de língua portuguesa, como a Mostra das Artes dos Países de Língua Portuguesa, com participação de músicos de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Portugal e Brasil, em maio. Em junho, será o I Seminário de Turismo Social de Base Contemporânea, com experiências do Brasil, Portugal e Itália.
Elizângela Santos
RepórterFonte: Jornal Diário do Nordeste
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