Missa, procissões, quermesses, novenas integram a programação da Festa da Padroeira no município do Crato
Crato. Com uma grande carreta, que saiu do bairro Mirandão para a Sé Catedral, foi aberta a festa de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Crato e da Diocese que, este ano, apresenta uma novidade. A Sociedade de Cultura Artística do Crato e o grupo católico Missão Resgate, sob a direção de Divani Cabral e Geraldo Correia, estão encenando uma peça sobre os 240 anos de evangelização do Crato, a partir de sua fundação, que tinha como padroeira Nossa Senhora do Belo Amor, cultuada pelos antigos índios Cariris.
A partir de 1740, com a chegada do fundador da cidade, frei Carlos Maria de Ferrara, foi iniciada a devoção à Nossa Senhora da Penha, trazida pelos frades capuchinhos.
A Festa da Padroeira será encerrada no dia 1º de setembro, com alvorada festiva, concelebração da solenidade, procissão e bênção do Santíssimo Sacramento. Durante estes nove dias que antecedem o encerramento, serão realizadas novenas, leilões e, ainda, missas com a participação de todos os setores da comunidade.
Congregação de famílias
A exemplo das festas de padroeiros do Interior, o evento religioso congrega todas as famílias católicas da cidade. A Praça da Sé se transforma no ponto de encontro da juventude. Ali foram instaladas quermesses e parques de diversões que funcionam a partir das l6 horas até as 23 horas. É a festa da confraternização das famílias católicas que, este ano tem como tema “Com Maria, Mãe da Penha, Discípula e Missionária, Escolhemos a Vida”.
A imagem da Mãe do Belo Amor, pequena escultura de madeira, medindo cerca de 40 centímetros, foi a primeira padroeira do Crato. Era venerada pelos índios Cariris. Com chegada do então frei Carlos Maria de Ferrara, fundador da cidade do Crato, a imagem de Nossa Senhora do Belo Amor foi substituída por Nossa Senhora da Penha, a atual padroeira.
Nossa Senhora da Penha refere-se a uma aparição da Virgem numa serra denominada Penha de França, local onde o rei Carlos Magno enfrentou os mouros. No ano de 1434, o monge Simão Vela sonhou com a imagem de Nossa Senhora sobre uma montanha escarpada. Durante cinco anos, ele procurou pelo local de seus sonhos, até localizá-lo na serra denominada Penha de França, onde construiu uma tosca capela, mais tarde transformada num grande santuário. No Brasil, o culto à Nossa Senhora da Penha foi trazido no período colonial por marujos portugueses. Foram construídas igrejas em sua homenagem nas cidades de Vitória, inauguradas em 1570, em São Paulo e no Rio de Janeiro, no século XVII. No Rio de Janeiro a festa de Nossa Senhora da Penha acontece todos os anos no mês de outubro, desde 1713.
ANTÔNIO VICELMO
Repórter
153 ANOS
Devotos celebram São Raimundo Nonato
Várzea Alegre. Os católicos desta cidade comemoram, até o próximo dia 31, o novenário em louvor ao padroeiro São Raimundo Nonato. São 153 anos de devoção e a festa é uma das mais populares do Interior do Estado do Ceará. Desde o último dia 22 que centenas de devotos participam de missas pela madrugada, caminhadas para os bairros e, também, das novenas.
Os devotos do padroeiro acordam cedinho para participar de uma alvorada em frente à Igreja Matriz erguida em homenagem ao santo. Muitos fiéis vêm participar do ritual que é popularmente conhecido como salva das 5 horas. Tem queima de fogos, orações e louvor.
Em seguida, começa a procissão matinal em direção a um bairro da cidade. No centro da peregrinação, os fiéis conduzem a imagem de São Raimundo Nonato. O padre José Mota Mendes, pároco da cidade, coordena os festejos há 40 anos. “O novenário é um momento de encontro das famílias e de visitantes”, disse. “Os devotos participam com muita alegria e a cada ano renovam a fé”.
Diariamente, são duas caminhadas pela madrugada e no fim da tarde em direção aos bairros. Em cada lugar, os moradores improvisam capela para receber a imagem do santo. Entre os participantes, há muitos pagadores de promessa que se vestem de branco e vermelho, a cor das vestes de São Raimundo Nonato, considerado o padroeiro das grávidas.
A agricultora Maria Barbosa da Silva tem uma história de fé para contar. “Escapei de um parto de alto risco e batizei o meu filho com o nome do nosso padroeiro”, contou. Os festejos em louvor a São Raimundo Nonato serão encerrados no próximo domingo, dia 31. Pela manhã, às 9 horas será celebrada missa solene com a participação do bispo da Diocese do Crato, dom Fernando Panico. A partir das 16 horas, haverá a tradicional procissão com a condução do andor com a imagem do padroeiro.
HONÓRIO BARBOSA
Repórter
Mais informações:
Paróquia de Nossa Senhora da Penha
Rua Dr. Miguel Lima Verde, 66
Crato (CE)
(88) 3521.0309
Fonte: Jornal Diário do Nordeste
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