Maior evento esportivo da Terra, Jogos Olímpicos de Pequim promete ficar marcado como o mais completo da história
Neste dia 8 de agosto de 2008, às 8h08 (horário de Brasília) dará início a 26ª edição dos Jogos Olímpicos da era moderna. Com o tema ´Um Mundo, Um Sonho´ os Jogos chegam pela primeira vez à China, país mais populoso do planeta, com mais de 1 bilhão de habitantes.
Nem todas as críticas ao regime político autoritário, à falta de liberdades individuais e às péssimas condições ecológico-ambientais foram capazes de destruir a candidatura chinesa na briga para organizar os Jogos Olímpicos de 2008.
Disputa acirrada
A capital da China foi eleita sede da edição de 2008 em reunião realizada dia 13 de julho de 2001, em Moscou. A escolha foi feita em duas fases. Na primeira, dez cidades apresentaram candidatura para o evento: Bangcoc, Pequim, Cairo, Havana, Istambul, Kuala Lumpur, Osaka, Paris, Sevilha e Toronto. Somente cinco passaram no crivo inicial do Conselho Executivo, em 28 de agosto de 2000: Osaka, Paris, Toronto, Pequim e Istambul.
Após várias visitas de comitês do COI, novos relatórios e uma apresentação detalhada do projeto, os chineses venceram a disputa com 56 votos contra 22 para Toronto 18 para Paris, 9 para Istambul e nenhum para Osaka.
Orientais
Cobiçada como mercado consumidor internacional, a China será o terceiro país asiático a organizar o evento. Antes, apenas Tóquio, no Japão, em 1964, e Seul, na Coréia do Sul, em 1988, conquistaram este direito.
Pequim apresentou um projeto orçado em US$ 2,3 bilhão (corrigido para 1,1 bilhão de euros) para superar seus adversários na corrida pelas Olimpíadas. Instalações modernas, como o Estádio Olímpico, o popular Ninho de Pássaro por seu design, têm atraído parte significativa do interesse nos preparativos. A lista de novas instalações inclui ainda o Centro Aquático, conhecido como Cubo d´Água, e o Parque Verde, além de reformas em unidades já existentes.
Democracia
Para a comunidade internacional, uma das principais preocupações em relação aos Jogos chineses diz respeito à ausência de tradição democrática.
Rumores de que o trabalho da imprensa seria controlado geraram protestos, respondidos pelo Comitê Organizador de Pequim com a garantia de que não haverá repressão. Mas o acesso livre à internet (totalmente controlado) continua sendo uma preocupação.
Os turistas também se incomodaram com a proibição de artigos religiosos, e faixas com mensagens religiosas.
A lista de temores não pára no aspecto humano. A poluição ambiental é outro fator alarmante. Relatório do Programa Ambiental das Nações Unidas criticou a poluição da cidade onde, de acordo com a entidade, os índices ultrapassam o limite estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Contra-ataque
No combate à poluição foram implantados programas para melhorar o ar na região. Entre as iniciativas, o Governo implementou um sistema de rodízio para tirar 1,3 milhão de veículos das ruas.
Fábricas instaladas nas imediações da cidade foram desativadas e produtos químicos poderão ser utilizados para provocar chuva, colaborando na dispersão dos poluentes.
A expectativa governamental é reduzir em 40% as emissões de gás carbônico e outros componentes tóxicos para a atmosfera. A situação é tão grave que ameaça interferir no nível da competição.
Brasil
O desafio será grande para a delegação brasileira que competirá em Pequim. A expectativa é que o país conquiste várias medalhas como aconteceu nas últimas três Olimpíadas - Atlanta/1996, Sydney/2000 e Atenas/2004.
Na Grécia, o Brasil teve o melhor desempenho, em termos qualitativos, de sua história. Foram cinco medalhas de ouro (duas na vela, uma no vôlei, uma no hipismo e uma no vôlei de praia), duas de prata (futebol feminino e vôlei de praia) e três de bronze (duas no judô e uma na maratona, com Vanderlei Cordeiro).
Em Pequim, o Brasil volta a bater o recorde de participação com 277 atletas na delegação. Entretanto, os 30 atletas a mais que em Atenas não significam que as chances de retornar da China com um número maior de medalhas sejam melhores.
Nossos principais candidatos ao ouro, ou mesmo um lugar no pódio, são basicamente os mesmos, mas desta vez, muitos não estão em situação tão favorável como há quatro anos atrás. Na vela, com Robert Scheidt; No vôlei, tanto o masculino como o feminino. Além é claro do vôlei de praia, com Ricardo e Emanuel, atuais campeões, e Márcio Fábio Luiz. E a torcida para Larissa se dar bem com a nova companheira, Ana Paula, com a saída de Juliana.
Nas demais modalidades, o Brasil compete com maiores chances de chegar ao pódio no futebol feminino, na ginástica artística, com Jade Barbosa, no judô, com João Derly e Tiago Camilo, na natação, com Thiago Pereira, Kaio Márcio, e no atletismo, com Jadel Gregório, Maurren Maggi, Fabiana Murer, e no revezamento 4x100m masculino. Enquanto o futebol masculino corre por fora.
Na cerimônia de abertura, cerca de 200 atletas da delegação brasileira estarão presentes. O velejador Robert Scheidt, duas vezes campeão olímpico, vai carregar a bandeira brasileira durante o desfile.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste.