O falecimento do presidente do Grupo de Comunicação O Povo, Demócrito Dummar, abala a imprensa cearense
O diretor-presidente do Grupo de Comunicação O Povo, Demócrito Rocha Dummar, 63 anos, faleceu no início da tarde de ontem. A notícia de sua morte repentina consternou e trouxe perplexidade ao meio empresarial e à imprensa cearense. O corpo será velado na Assembléia Legislativa do Ceará a partir das 8 horas de hoje. E, ao meio-dia, levado para os jardins da sede do O Povo, na Avenida Aguanambi. O enterro ocorre às 16 horas, no Cemitério Parque da Paz.
Neto de Demócrito Rocha, fundador do jornal O Povo e filho de Lúcia Dummar e João Dummar, Demócrito Dummar era bacharel em Direito. Ingressou no O Povo aos 17 anos e assumiu a presidência em maio de 1985.
Demócrito Dummar era casado há 30 anos com Wânia Cysne Dummar e tinha quatro filhos: Georgiana, Luciana, Demócrito Filho e João Dummar Neto, e três enteados: Ronaldo Cysne, Lisiane e Tatiana.
O governo do Estado do Ceará decretou luto oficial de três dias em virtude do falecimento do presidente do grupo de Comunicação O Povo. As solenidades marcadas para a próxima segunda-feira foram adiadas para a terça-feira.
Ainda na tarde de ontem, a direção do Grupo divulgou uma nota oficial sucinta sobre o falecimento. No início da noite, mais uma nota na qual explicava: “a família não quer se pronunciar neste momento de dor e pede a todos que guardem na lembrança não só o jornalista que durante quase 45 anos se dedicou ao jornal O Povo. Mas, acima de tudo, o homem que inspirou gerações de cearenses. E que continuará inspirando”.
ComunicaçãoAlém do jornal O Povo — fundado em 7 de janeiro de 1928 —, pertencem ao grupo ainda três rádios AM, uma FM, a Fundação Demócrito Rocha e a TV O Povo, a mais recente.
Ontem, por volta das 16 horas, coube ao colunista político Fábio Campos, em nome da família, falar para imprensa sobre a morte de Demócrito Dummar, no pátio de acesso da empresa. Explicou que integrantes da família estavam viajando. Com o olhos marejados, como muitos dos funcionários ali, Fábio Campos respondeu, pacientemente, a todas as perguntas dos jornalistas.
Ele informou que Demócrito Dummar faleceu em sua residência, no Bairro Aldeota. Ressaltou que a família passa por um momento de profundo pesar, “com essa tragédia que abala, frontalmente, a todos nós”, ressaltou.
Fábio Campos lembrou que no período da manhã, como costumava ocorrer, trocou idéias com o presidente do jornal sobre o conteúdo da coluna Política que assina.
“Ele acompanhava de perto o jornal, sempre com muito entusiasmo”, disse, reafirmando que uma das marcas de Demócrito era a luta pela liberdade de imprensa e de expressão.
“Ele só pedia ponderação e era, antes de tudo, um entusiasta”, ratifica Fábio Campos, acrescentando que o diretor-presidente lia o jornal O Povo “com olhos do leitor”.
Para o colunista, a surpresa maior com a morte do proprietário de O Povo registra-se “porque este era o momento dele”. Fábio Campos disse isso referindo-se à alegria do empresário com as comemorações e as homenagens que o grupo vinha recebendo por conta dos 80 anos de existência do jornal.
A morte do proprietário do jornal O Povo atraiu aos jardins da empresa, além dos funcionários, curiosos e políticos. O deputado Nelson Martins, líder do governo na Assembléia, também esteve presente e destacou a grande importância da empresa para o setor de comunicação no Estado do Ceará.
“A forma de fazer jornalismo de Demócrito Dummar e a maneira como O Povo tratava as questões cotidianas da cidade não podem deixar de ser reconhecidas”, disse.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste.
Nota do Blog do Crato:É com grande pesar que repasso a notícia da morte de Dummar, ele a quem conheci em Guaramiranga e passamos longas tardes conversando sobre tantas coisas. Grande Dummar, tu fostes para a casa do pai mais cedo, mas saiba que o teu esforço e tua obra aqui na terra nunca terá sido em vão, e só por isso, viver já valeu a pena. Um grande abraço, amigo!
Dihelson Mendonça