O Crato e o Cariri poderiam se
Acontece
O Crato e o Cariri poderiam se
Acontece
Com Mila Chagas
Com o Prof. João Pierre
Com o Secretário de Estado André Barreto
Juazeiro do Norte. Contar a história da formação da terra até chegar na mais antiga floresta nacional reconhecida por decreto lei do Brasil. A história de um povo, sua visão ecológica e a cultura. O futuro da Chapada do Araripe. Essa área com características bem definidas de Mata Atlântica em algumas de suas localidades, localizada no centro geográfico do Nordeste, será tema de filme documentário do cineasta cratense, Jefferson Albuquerque. Ele fará a produção com essas abordagens, trazendo a indagação “Foi Assim... Como Será? - Chapada do Araripe”.
O trabalho soma cerca de 20 anos de pesquisa e uma história de vida de um cearense que já correu o Brasil, desenvolvendo trabalhos na área ambiental. Em 2006, recebeu prêmio do Ministério da Cultura pela produção de um filme documentário produzido no Estado do Espírito Santo, onde está residindo atualmente.
Falar do Cariri para Jefferson Albuquerque, cineasta com mais de 30 anos de estrada, é quase um romance. Ele conta sua infância, rios perdidos pelo caminho. Lembra da rua que hoje tem o nome do seu avô, José Alves de Figueirêdo, onde brincava com os amigos de infância à beira do Rio Grangeiro. “Hoje, vou lá e não tem mais aquele rio passando”, diz. Isso tudo levou o cineasta a pensar o futuro dessa atual geração daqui a 50 anos.
Foi de viver e ver a realidade que a preocupação do cineasta veio para uma fundamentação muito mais ecológica. Cineasta ambientalista. Quase uma missão para esse veterano do cinema. A educação ambiental para as novas gerações vem como uma missão. No decorrer do trabalho haverá um processo minucioso de produção. A vegetação, as fases de floração das plantas durante o ano. Tudo isso será documentado. Um trabalho que requer todo o período do ano. A visão do estudioso, doutor das ciências ao mais simples e experiente homem do campo. O entendimento da criança e do adulto sobre esse “habitat” Cariri.
Antropologia e arqueologia
O trabalho passa por uma visão multicultural de formação do homem, entrando Casa Grande, Fundação do Homem Kariri, com uma abordagem sobre a antropologia e arqueologia regionais. Tem o trabalho educativo desenvolvido pelas crianças na entidade. A Paleontologia é outro momento, com destaque para os fósseis da Chapada. A primeira entrevista do trabalho foi com o reitor da Universidade Regional do Cariri (Urca), Plácido Cidade Nuvens, fundador do Museu de Paleontologia. Ele ressalta o potencial do Museu e o Projeto do Geopark Araripe. A instituição vem dando apoio logístico para realização do filme, além da parceria com a Secretaria de Educação de Juazeiro do Norte e o Instituto Cultural do Cariri (ICC), Fundação SOS Chapada do Araripe, entre outras que pretende firmar.
A finalidade do cineasta é abrir debates sobre o futuro da Chapada do Araripe. A meta é fazer com que o vídeo seja distribuído nas escolas do Estado, e da região principalmente. As crianças conheçam de perto o valor do verde das matas, a identidade de um povo. Jefferson lembra da defesa do escritor Emerson Monteiro, diante de tantos valores que o Cariri tem. “Essa é uma região de cultura própria”, lembra ele, ao ser um divulgador do Cariri por onde passa. Nos olhos do cineasta ambientalista brilha a esperança de um futuro. O filme vem como uma nova semente a ser plantada numa região que precisa acordar mais para os seus valores.
Mais informações: Universidade Regional do Cariri (Urca), Rua Coronel Antônio Luiz, 1161, bairro Pimenta, Crato. (88) 3102.1202. www.urca.br
ELIZÂNGELA SANTOS - Repórter
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