Texto: Carlos Rafael (especial para o Blog do Crato)
Foto: Antonio Vicelmo, para o Diário do Nordeste
Nesta matéria, o termo Trem do Cariri tem significado mais amplo, pois alcança a dimensão simbólica, presente no inconsciente coletivo local: o imenso desejo (ou um bonde chamado desejo) de ver o Cariri cada vez mais cosmopolitano.
Para tanto, muitos desafios e mitificações simplórias terão que ser superados.
Primeiro, capengam os que acham que o Cariri vem perdendo o trem da história. Para isso, apresentam cifras, percentuais e números comparativos entre o Cariri político e econômico de hoje e de cem anos atrás. Isso é ver o futuro com as lentes do passado. Esquecem o Cariri pujante, de hoje, pulsante, de sempre, alijando sua dimensão extemporânea, presente no cotidiano de um povo caririzeiro que tem expressão própria.
Segundo, nossa identidade é caririense, unindo diversas outras referências, como a pequizeira do Crato, a romeira do Juazeiro, a rapadureira de Barbalha e tantas outras que têm também suas especificidades. Não há mais espaços para bairrismo tolo. O Cariri é um todo e só assim ele se manterá nos trilhos da história.
Este é um novo tempo para o Cariri. É preciso, pois, ficarmos atentos, sob pena de perdemos o bonde da história.
Carlos,
ResponderExcluirExcelente a sua colocação. Ontem mesmo houve um test-drive do trem do cariri, que infelizmente, eu perdi, pois na correria, muitos esqueceram de me avisar, mas o George Macário do "O Democrato" esteve lá e fez a cobertura.
Seu texto veio em muito boa hora, numa hora em que algumas pessoas querem enxotar o trem do cariri. Numa hora em que ainda prevalece o bairrismo, coisa detestável exercida pelos ANTIGOS homens ( nao velhos, mas antigos mesmo ). O trem vem para unir, integrar o cariri.
Para que a tão sonhada Crajubar um dia aconteça, é necessária essa integração.
Um abraço,
Dihelson Mendonça