Duque relata à Lava Jato reuniões com Lula para discutir propina
Ex-diretor da Petrobras está muito próximo de fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal
Renato
Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras: encontros periódicos para
tratar do financiamento do PT com recursos desviados de contratos com a
estatal (AGB/Folhapress)
Renato
Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, declarou ter se reunido com
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Paulo Okamotto, presidente
do Instituto Lula, a fim de debater divisão de propina em contratos da
petrolífera. A informação foi revelada em reportagem do Valor Pro, do
jornal Valor Econômico.
Segundo o
depoimento de Duque, indicado pelo PT ao cargo da companhia, essas
reuniões ocorreram na sede do instituto, no bairro do Ipiranga, em São
Paulo. Ele está em negociações avançadas de um acordo de delação
premiada com o Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba e disse ter
como provar o que relata.
De acordo
com a reportagem, o ex-executivo “já prestou informações escritas aos
investigadores por meio de anexos elaborados por seus advogados” e o
“material é considerado relevante”. Os procuradores da força-tarefa
devem receber outros papéis com novas informações a partir de 8 de
setembro.
O Valor também “apurou que
Duque fez um relato sobre o que chamou de verticalização das ordens de
comando na Petrobras. Segundo ele, as decisões tomadas pela estatal que –
deveriam obedecer a critérios técnicos – eram ordenadas com viés
político.”
No fundo do poço: Plano de demissão voluntária da Petrobras tem 11,7 mil adesões
Custo com os desligamentos será de cerca de 4 bilhões de reais
O
plano de demissão voluntária da Petrobras teve adesão de 11.704
empregados. Em comunicado, a estatal informa que se encerrou o prazo
para o Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV), mas que o
número ainda pode ser alterado devido a inscrições realizadas em papel e
postadas até 31 de agosto. A companhia também afirmou que, até a data
de homologação da rescisão, os empregados podem desistir da adesão.
O
custo anteriormente previsto, levando em conta 12.000 empregados, era
de 4,4 bilhões de reais, com uma economia esperada de 33 bilhões de
reais até 2020. Nesse nível de adesão, o custo no momento é de cerca de 4
bilhões de reais, o que será consolidado após o término do prazo para
os desligamentos.
O PIDV, iniciado em
16 de junho, teve até o momento 2.450 contratos de trabalho encerrados.
A companhia havia informado provisão de 1,2 bilhão de reais até 30 de
junho de 2016 relativo aos gastos previstos com os 4.087 funcionários
que haviam aderido ao programa, conforme o balanço do segundo trimestre
de 2016.
Oposição venezuelana desafia Maduro com protestos em Caracas
Venezuela prende ativistas da oposição antes de manifestação. Governo venezuelano dia que “é golpe!”
Os
venezuelanos tomam as ruas de Caracas nesta quinta-feira em
manifestações para reivindicar a realização de referendo - 01/09/2016
(Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Agentes
da Polícia e da Guarda Nacional da Venezuela, comandados pelo governo
de Nicolás Maduro, lançaram gás lacrimogêneo contra um grupo de
manifestantes que jogavam pedras, após uma grande passeata realizada
nesta quinta-feira pela oposição para pedir um referendo revogatório
contra o presidente Nicolás Maduro.
“Atentos!
Denunciamos a presença de infiltrados (…) pedindo a tomada da
autoestrada em Las Mercedes”, denunciou a aliança opositora Mesa da
Unidade Democrática (MUD), no Twitter, que já havia comemorado o fato de
a marcha ter acontecido de forma pacífica.
A
oposição luta para conseguir o referendo ainda em 2016. Se a consulta
popular for realizada antes de janeiro e os venezuelanos decidirem pela
saída de Maduro, novas eleições seriam marcadas, seguindo o que manda a
Constituição. Se os chavistas esticarem a convocação do referendo para o
ano que vem, Maduro poderia ser afastado, mas quem assumiria seria o
seu leal vice, Aristóbulo Istúriz. Nesse cenário, o atual presidente
manteria os seus privilégios e não teria de responder a acusações sobre
violações de direitos humanos, corrupção e abuso de poder.