As lideranças se mobilizam através de sucessivas manifestações públicas. Passeatas. Assembleias. Faixas. Entrevistas. Discursos. Audiências. Uma delegacia da mulher criada para o Crato. Outra para o Juazeiro.

As causas desse
estado de coisas merecem avaliação. Vive-se um tempo de contradições sociais
nunca resolvidas. A pobreza material sai da busca da sobrevivência para as
ruas. A falta de alimento físico chegou à falta de educação formal e moral. A
ganância dos corruptos comeu a alma do povo. O tecido comunitário desatinou. Os
jovens não enxergam mais o bom exemplo nas gerações antecedentes. Isso tudo somado à
ideologia do lucro que predomina entre os meios de comunicação de massa. A
grande imprensa brada aos quatro ventos o crime em suas variadas espécies, e
acrescenta a impunidade que lhe acompanha. Os poderes da república recebem
sucessivas derrotas dos marginais melhor organizados do que a grande sociedade. Aquilo que resolveram
denominar de banalização da violência são as piores arbitrariedades praticadas
e que recebem foro de normalidade. Desde a guerra brutal das superpotências, a
dizimaram povos mais fracos, até regras leoninas de mercado e produção de bens
visando tão só a multiplicação do capital, em mundo acostumado com as
facilidades e os padrões estabelecidos quais leis definitivas.
O ser humano rende-se
alienado à grande estrutura. Virou bicho. Coisa.