
Posto aqui uma reportagem da revista abril que fala da rotatividade de professores, para que possamos fazer uma reflexão a cerca deste assunto.
Como Lidar com a Rotatividades dos Professores
O ano letivo está em curso, e ainda mal chegou ao segundo semestre. O professor de uma escola muda-se de cidade, adoece, ou simplesmente pára de trabalhar. Essa vaga precisa ser reposta, então um novo profissional é chamado para ocupá-la. Acontece que ele também estava trabalhando, mas, como a nova escola oferece melhores condições de trabalho, resolve fazer a troca.
Essa situação não é das mais raras nas escolas atualmente. Aliás, o Brasil, comparado com países desenvolvidos sob o ponto de vista educacional, apresenta índices altíssimos de rotatividade de professores. Mas isso pode ser prejudicial? Em que sentido? Maria Marcia Malavasi, professora da Faculdade de Educação da Unicamp e coordenadora associada do curso de Pedagogia da mesma universidade, está certa de que sim. A alta rotatividade de professores pode prejudicar o ensino, a escola, seu projeto político-pedagógico e os estudantes, que são a razão maior da existência da escola, comenta. Para ela, o que pode definir uma alta rotatividade é o tempo de permanência de profissionais na escola, sendo dois anos o tempo mínimo que ele precisaria se estabelecer nela, a fim de se consolidar naquele ambiente, desenvolver projetos afinados à proposta pedagógica e se fixar como profissional.
A boa notícia é que, sim, é possível reduzir o alto fluxo de saída de professores. Para Heloísa Lück, diretora educacional do Centro de Desenvolvimento Humano Aplicado (CEDHAP), com sede em Curitiba, PR, e autora de livros pela Editora Vozes (sendo o mais recente Liderança em Gestão Escolar), o correto é buscar essa redução com o apoio dos Sistemas de Ensino, a partir de pesquisas. Precisa-se chegar às escolas e descobrir por que existe a rotatividade? Quando existe? Como diminuir? E, então, propor ações bem informadas que solucionem o problema com base na realidade, defende a também consultora.
Partindo-se do princípio de que a rotatividade se deve à liberdade de ação das pessoas, ela nunca vai deixar de existir. O que é bom, pois nem sempre ela é negativa. O que precisa é mantê-la num nível adequado, que não represente perdas para a escola e, sobretudo, para a vida estudantil, acredita Heloísa.
Algumas sugestões para minimizar os problemas gerados pela rotatividade dos professores:
1. Apresentar e acolher bem o novo professor;
2. Compartilhe com ele o Projeto Político da Escola;
3.Chame sempre o recém-chegado para participar das reuniões de planejamento e formação;
4.Socialize as práticas pedagógicas que a escola desenvolve;
5.Sugira um trabalho aos pares(professores antigos trabalhando com os novos);
6. Fornecer documentos, registros e outros para que os novos professores possam conhecer a rotina da escola,etc.
Concluimos portanto que a única saída para diminuir a rotatividade de professores é implantar carreiras com regime de 40 horas e dedicação exclusiva. Professores fixos numa mesma escola têm tempo para fazer a formação em serviço, atender os alunos fora da sala de aula, desenvolver projetos pedagógicos consistentes, discutir com os pares e conhecer melhor os pais e toda a comunidade.