
Sigmund Freud insistiu no efeito das variáveis ambientais e na importância do comportamento dos pais durante a infância dos filhos. John B. Watson, principal representante do behaviorismo, analisou as variáveis ambientais como estímulos progressivamente associados a respostas. No início da década de 1960, Jean Piaget utilizou métodos de observação e experimentação que integram variáveis psicológicas e ambientais.
As teorias evolutivas relacionam características do comportamento com etapas específicas do crescimento. A teoria freudiana da personalidade e a teoria da percepção e cognição de Piaget são as principais. Ambas explicam o desenvolvimento humano em termos interativos. Segundo Freud, uma personalidade sadia baseia-se na satisfação de necessidades instintivas. Por sua vez, Piaget afirmou que, desde o nascimento, os seres humanos aprendem ativamente, inclusive sem incentivos externos.
Os diversos aspectos do desenvolvimento da criança abrangem o crescimento físico, as mudanças psicológicas e emocionais e a adaptação social. Existe uma concordância geral de que os modelos de seu desenvolvimento estão determinados por condições genéticas e circunstâncias ambientais: existe um componente genético nas características da personalidade; o crescimento físico depende da saúde; até os dois anos de idade, ocorrem as mudanças mais drásticas na atividade motora. A velocidade para adquirir estas capacidades é determinada de forma congênita.
Destaca-se a capacidade para compreender e utilizar a linguagem: Noam Chomsky estabeleceu que o cérebro humano está especialmente estruturado para isso, porque esta capacidade não requer uma aprendizagem formal e se desenvolve desde que a criança tem seus primeiros contatos com o mundo exterior. Por outro lado, a formação da personalidade é considerada um processo pelo qual as crianças aprendem a evitar os conflitos e a administrá-los quando aparecem. Os pais excessivamente austeros ou permissivos podem limitar as chances de uma criança tentar evitar ou controlar seus problemas. Está claro que as atitudes dos pais e seus valores influem no desenvolvimento e nas aquisições dos valores éticos, morais e religiosos dos filhos.
As relações sociais infantis supõem interação e coordenação dos interesses mútuos, onde são adquiridos modelos de comportamento social através dos jogos. Além disso, a criança aprende a necessidade de um comportamento cooperativo e de uma organização para alcançar objetivos em grupo. As crianças aprendem o que é aceitável e inaceitável no seu comportamento e, mediante a socialização, conhecem o conceito de moralidade. O pensamento moral apresenta um nível inferior (a regra se cumpre sozinha para evitar o castigo) e um superior (a pessoa compreende racionalmente os princípios morais universais necessários para a sobrevivência social).
O ser criança costuma ser entendido em contraposição às responsabilidades do mundo adulto, o que explicita uma cisão entre essas duas experiências. Cabe ressaltar que a diferença ente crianças e adultos não é quantitativa, mas qualitativa, a criança não sabe menos, ela sabe outra coisa. A criança formula um sentido ao mundo que a rodeia, e é importante que abordemos este universo tentando entender o que há nele, e não o que esperamos que nos ofereçam. A verdade é que o universo infantil pode surpreender muitos adultos! O brincar, então, se apresenta como um convite para conhecermos e compartilharmos deste universo infantil. Aqui em São Paulo é comum nos que trabalhamos em ludoterapia ensinamos aos pais as brincadeiras infantis de hoje, eles não sabem.
Participar com as crianças dos seus momentos de brincadeira nos permite entende-las melhor, identificando os seus valores, as suas preocupações e sentimentos em relação a situações específicas da sua vida. Além disso, o brincar promove o desenvolvimento de habilidades como a coordenação motora, a criatividade e a inteligência. É importante promover oportunidades para o brincar, e isto inclui todas as possibilidades imagináveis – Inventar histórias, brincar de ateliê, dançar e cantar, jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, dominó, cozinhar juntos, brincar de pega-pega, ver os bichos do jardim, ler livros, brincar de faz-de-conta. Esses momentos garantem um desenvolvimento saudável e progressivo de repertórios comportamentais essenciais para uma vida feliz. Ou seja, esses momentos de brincadeira também podem ser importantes para se ensinar comportamentos adequados e potencialmente úteis nas interações que a criança estabelece com seus pares - como a empatia, a autoconfiança e estratégias para resolução de problemas.
A psicologia infantil estuda o funcionamento da criança nas suas diversas etapas, que vão desde a gestação até a adolescência. Esse período, embora temporalmente possa parecer pequeno, é a fase da vida do indivíduo onde são acumuladas as vivencias que servirão de base para toda a sua vida futura, e através dessas vivencias poderemos estar determinando as linhas gerais de seu futuro. Na infância e na educação das crianças está a semente para a vida adulta, uma semente bem nutrida produzira frutos saudáveis, uma semente com defeitos ou falta de nutrientes produzirá frutos de acordo. Assim a psicologia da infância se torna uma das áreas de estudo da psicologia mais interessantes, que trata da beleza e saúde emocional de um ser humano integral. É durante esse período que o indivíduo vai adquirir competências que servirão como ferramentas para uma vida adulta saudável, e também é nesse período que a personalidade do indivíduo começa a ser desenvolvida, podendo se verificar as fragilidades do futuro adulto, e então intervir de forma a ajudá-lo a se tornar uma pessoa mais feliz.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente a separação entre criança e adolescente se funda tão somente no aspecto ligado a idade, não se levando em consideração o psicológico e o social. Dessa forma, ficou assim definido como criança à pessoa que tem 12 anos incompletos.
Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos. Pitágoras. Deixem a Criança BRINCAR. Artigo IV-2010 SÃO PAULO, 25/01/10.
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