
Diante desses dados comecei a analisar o que poderia ser feito, não só pelo governo, porém, pela sociedade, para amenizar esse quadro assustador. Imaginei se seria possível impedir o comercio de bebidas alcoólicas, entretanto me veio a mente o principio da livre iniciativa comercial , previsão essa constitucional, percebi que não era o caminho. Talvez quem sabe impedir a comercialização de produtos que causem dependência física e psíquica ( entendo que não é somente a droga – aquelas que conhecemos - que age assim) todavia, com relação a bebida alcoólica é impossível, o máximo que se conseguirá é uma advertência anterior a publicidade indicando que aquele produto não é totalmente “confiável”. Não sei até que ponto surtirá efeito.
Não me restando alternativas, lembrei-me da família ou a “célula mater” , onde tudo começa, isto é, o principio, o meio e o fim. Cheguei a conclusão que somente ai, no seio familiar, nada mais, unicamente ela será capaz de alterar esse quadro caótico, essa situação deplorável, esse caminho sem volta. E como podemos utiliza-la a nosso favor? Simples. Comecemos a ensinar aos nossos filhos, que com certeza se bem instruídos transmitirão aos seu filhos – nossos netos – qual a melhor opção: respeito, obediência , retidão, e perseverança. Dificilmente encontraremos uma pessoa bem sucedida – e aqui não me refiro somente a situação financeira, intelectual – que não tenha sido agasalhada por um lar, por uma presença segura e constante de um Pai, de uma Mãe presente, atentos, dispostos a dar tudo que preciso para o sucesso daquele fedelho(s). Isso, por via obliqua, não quer dizer, que um ser sem essas figuras não possa alcançar o “porto seguro” , todavia, torna-sé-á mais difícil, mais enredado, mais obscuro seus objetivos.
Vamos então, cada um , sem preconceito, desnudado de todo tipo de sentimento pré-concebido, com uma visão arraigada na solidariedade, alheio a qualquer tipo de reação adversa, levar a esses irmãos o real sentido de “família” , vamos mostrar-lhes que o que não lhes foi possível ter em casa, é possível ter em coletividade, que do outro lado do muro a esperança existe, a vida é bela, que os sonhos serão alcançados, basta fé, disposição e olhar mais confiante para o alto. Que estamos aptos a recebe-los, a lhes propiciar meios para desenvolver seus potenciais, suas aptidões, que não fecharemos os vidros dos carros nos semáforos da vida, que não aceitaremos “brindes” pendurados nos retrovisores de nossos veículos, pois esses são passageiros, e o que pretendemos dar-lhes é algo definitivo. Vamos , ao fim, possibilitar que sintam o verdadeiro significado de “família” e que no fundo somos partes dessa imensa “família”. Façamos alguma coisa......
Por Luiz Cláudio Brito de Lima